Pelos números, é possível contar a história de qualquer empresa. No caso do Kumon, rede japonesa de escolas conhecida por ensinar matemática e idiomas para crianças, três deles são essenciais: 47, 1954 e 1.565. Explica-se: 47 é o número de países em que a rede criada pelo professor Toru Kumon está presente. 1954 é o ano de sua fundação em Osaka, no Japão. E 1.565 é o número de franqueados da companhia no Brasil, o que a torna a terceira maior rede de franquias em unidades, do Brasil, atrás apenas de O Boticário e da Colchões Ortobom, mas à frente de nomes como as cadeias de lanchonete McDonald’s e Bob’s. 

 

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Naoya Kitagawa, presidente do Kumon: “Não fazemos nenhuma

publicidade. Crescemos apenas devido ao boca a boca”

 

“Não fazemos nenhuma publicidade, crescemos apenas devido ao boca a boca”, afirma o japonês Naoya Kitagawa, presidente do Kumon no Brasil – onde a rede está presente desde 1977 – e que se comunica apenas por meio de um intérprete para o português. A forte presença do instituto de ensino pode ser explicada também por seu modelo de atua­ção, que permitia a abertura de franquias residenciais. Qualquer pessoa com formação universitária e que provasse ter real interesse em ajudar no desenvolvimento da educação infantil poderia receber treinamento para ensinar na própria casa o método Kumon, mediante pagamento de 40% de royalties sobre o seu faturamento mensal. 

 

Mas isso está mudando. Todas as franquias concedidas nos últimos dez anos exigem que o titular possua ponto comercial e monte uma escola que siga o padrão Kumon – isso significa organizar carteiras de estudo juntas umas das outras e não usar lousas. O Kumon ainda sugere que cada instrutor atenda, no máximo, 40 alunos. “Nosso método permite o autoaprendizado, apenas com a ajuda de um orientador”, diz Kitagawa.Dos 4,4 milhões de estudantes do Kumon, 160 mil estão no Brasil, que cresce 10% ao ano em inscrições. O faturamento local segue a mesma proporção: cerca de US$ 30 milhões dos US$ 800 milhões globais estimados para a rede. O País é hoje o quarto maior em volume de negócios.

 

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