10/11/2010 - 21:00
Os presidentes de grandes empresas no Brasil têm uma expectativa comum para o próximo governo. Dita de maneiras diferentes, essa esperança é a de que, em primeiro lugar, a próxima administração não mexa no que está dando certo. Além disso, esperam por mudanças importantes como a reforma fiscal. E mais: que também não haja alta nos impostos existentes, assim como não sejam criados outros. A origem desse desejo está nos números da economia.
Ao final do ciclo de oito anos do presidente Lula, eles mostram um país em transformação e um mercado vigoroso. A começar pelo PIB, que às vésperas de Lula assumir a Presidência, em 2002, era de R$ 2,46 trilhões, mas que deve fechar em 2010 no mínimo em R$ 3,3 trilhões.
A economia brasileira chega a esse resultado com a soma de bons resultados em vários setores. No agrícola, por exemplo, a produção subiu de 130 milhões de toneladas de grãos para 152 toneladas durante este governo.
Na indústria, a produção de veículos praticamente dobrou: era de 1,43 milhão de unidades no início do primeiro mandato e passou para 3,3 milhões. Auxiliada pela queda dos juros, a expansão do crédito e os ganhos salariais, a economia ganhou velocidade e a taxa de desemprego caiu de 9,7% para 6,5% nesse mesmo intervalo de tempo. Por isso, os presidentes das grandes empresas acham que, se tudo continuar como está, já será muito bom.
Com Eliane Sobral, Érica Pólo e Crislaine Coscarelli
Os presidentes de grandes empresas no Brasil têm uma expectativa comum para o próximo governo. Dita de maneiras diferentes, essa esperança é a de que, em primeiro lugar, a próxima administração não mexa no que está dando certo.
Além disso, esperam por mudanças importantes como a reforma fiscal. E mais: que também não haja alta nos impostos existentes, assim como não sejam criados outros. A origem desse desejo está nos números da economia.
Ao final do ciclo de oito anos do presidente Lula, eles mostram um país em transformação e um mercado vigoroso. A começar pelo PIB, que às vésperas de Lula assumir a Presidência, em 2002, era de R$ 2,46 trilhões, mas que deve fechar em 2010 no mínimo em R$ 3,3 trilhões.
A economia brasileira chega a esse resultado com a soma de bons resultados em vários setores. No agrícola, por exemplo, a produção subiu de 130 milhões de toneladas de grãos para 152 toneladas durante este governo.
Na indústria, a produção de veículos praticamente dobrou: era de 1,43 milhão de unidades no início do primeiro mandato e passou para 3,3 milhões. Auxiliada pela queda dos juros, a expansão do crédito e os ganhos salariais, a economia ganhou velocidade e a taxa de desemprego caiu de 9,7% para 6,5% nesse mesmo intervalo de tempo. Por isso, os presidentes das grandes empresas acham que, se tudo continuar como está, já será muito bom.
Fábio Barbosa, presidente do Santander
De Fábio Barbosa, presidente do Santander: “O que se espera é que o próximo governo mantenha a economia no rumo positivo. Os programas sociais também devem ser mantidos e, talvez, até ampliados. Mas certamente podem ser aperfeiçoados do ponto de vista gerencial. Por fim, acho que o “novo” desafio para o novo governo é a modernização da infraestrutura do País. Esta tarefa é urgente”
Luiza Helena Trajano, presidente do Magazine Luiza
De Luiza Helena Trajano, presidente do Magazine Luiza: “Como empresária, o que eu desejo é que o futuro governo continue com o ciclo de crescimento e inclusão social no Brasil. Também espero que logo no primeiro ano de governo sejam feitas as reformas tributária e política, que são essenciais para consolidar o processo de desenvolvimento com justiça social”
Benjamin Steinbruch, presidente da CSN e da Fiesp
De Benjamin Steinbruch, presidente da CSN e da Fiesp: “A presidente eleita deverá, ainda nos primeiros meses após sua posse, empenhar-se na realização das necessárias reformas e, assim, consolidar importantes conquistas da sociedade nos campos político, social e econômico nestes últimos 20 anos. Quando falo em reformas, destaco a política, a fiscal, a tributária, a trabalhista e a previdenciária. Sem isso, ainda teremos gargalos”
João Castro Neves, CEO da Ambev
De João Castro Neves, CEO da Ambev: “Espero que o novo governo mantenha as políticas que têm garantido o bom momento econômico. Para isso, basta que siga apostando na fórmula vencedora, em que o aumento da demanda é a propulsão do desenvolvimento. Nessa linha, que foi vitoriosa no governo do presidente Lula, esperamos que o novo governo não promova aumento de impostos como IPI, PIS e Cofins”
Victor Hallack, presidente da Camargo Corrêa
De Victor Hallack, presidente da Camargo Corrêa: “Investimentos em modernização da infraestrutura e em educação são determinantes para permitir o desenvolvimento sustentável do Brasil. Somente com esforços continuados nessa direção é que poderão ser aproveitadas com plenitude as perspectivas favoráveis dos próximos anos para o Brasil”
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente da Firjan
De Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente da Firjan: “A agenda presidencial deve ter a anotação urgente para um assunto que continua prioritário: o das reformas estruturais. A começar pela reforma tributária, cuja raiz das dificuldades está na perversa política fiscal. Como prova está o fato absurdo de os brasileiros pagarem à máquina pública mais de R$ 1 trilhão de impostos por ano, o equivalente a cinco meses de trabalho”
Adilson Primo, presidente da Siemens
De Adilson Primo, presidente da Siemens: “O próximo governo tem que adotar ações para que o crescimento aconteça de forma sustentável. O câmbio, por exemplo, coloca a indústria nacional em desespero, com uma taxa de juros ainda muito elevada. Há ainda reformas que precisam ser feitas logo nos primeiros 100 dias de governo: a tributária, a política e a trabalhista”
Márcio Utsch, CEO da Alpargatas
Márcio Utsch, CEO da Alpargatas: “Espero que o novo cenário político faça com que o Brasil seja valorizado e reconhecido nacional e mundialmente por tudo aquilo que tem de bom, como ser do Terceiro Mundo e ter a coragem de tomar a decisão séria de sair dele, mesmo ciente de que serão necessárias profundas reformas política, econômica, social e ética”
Antonio Maciel Neto, CEO da Suzano Papel e Celulose
De Antonio Maciel Neto, CEO da Suzano Papel e Celulose: “Gostaria que a presidente tivesse um Plano Brasil 2024, ou seja, que estabelecesse metas de longo prazo. Se forem melhoradas a educação, o meio ambiente, a infraestrutura e o custo de capital, ninguém segura o Brasil. E há coisas que podem ser feitas em 100 dias, como a reforma tributária. Não é um bicho de sete cabeças. É basicamente uma reforma no ICMS”
Abram Szajman, dono do grupo VR
De Abram Szajman, dono do grupo VR: “Eu, como empresário, espero que o próximo presidente tenha pulso forte com relação aos gastos públicos. O ajuste fiscal é algo necessário, assim como uma taxa de juros compatível com os investimentos. Há várias reformas necessárias: a política, porque há uma cobrança da sociedade por menos partidos; a tributária e a previdenciária, já que o País está envelhecendo”
Cledorvino Belini, presidente da Fiat e da Anfavea
De Cledorvino Belini, presidente da Fiat e da Anfavea: “O mundo mudou e os emergentes agora lideram o crescimento. O Brasil pode ser um dos principais atores dessa nova era, mas há que se atentar para a competitividade brasileira, afetada por entraves na infraestrutura, na logística, na educação, na burocracia e no custo de capital. Remover esses entraves é fundamental para nos inserirmos como um país global, de primeira classe”
Marco Antonio Bologna, CEO da TAM
De Marco Antonio Bologna, CEO da TAM: “A minha expectativa é de que o futuro presidente do Brasil mantenha a estabilidade monetária do País e o crescimento econômico, investindo principalmente em infraestrutura, em educação e em saúde.
Essas são as três variáveis fundamentais para a pavimentação de um desenvolvimento firme, vigoroso e de longo prazo”
Alessandro Carlucci, presidente da Natura
De Alessandro Carlucci, presidente da Natura: “Espero que o governo mantenha os fundamentos macroeconômicos desenvolvidos ao longo dos últimos 16 anos, como o controle da inflação, uma melhor distribuição de renda e a diminuição da desigualdade social. Também defendo o princípio da eficiência na gestão pública e o rigor explícito com a ética, além do uso sustentável de nossa biodiversidade”
Com Eliane Sobral, Érica Pólo e Crislaine Coscarelli