23/05/2014 - 20:00
Investir em educação é uma das raras unanimidades, quando se apontam os fatores que contribuem para o desenvolvimento de um país. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado em 2011, por exemplo, mostrou que o aumento de 1% na fatia do PIB aplicada em educação provocaria, como retorno, um avanço de 1,85% no crescimento da economia. Permitiria, ainda, elevar em 1,67% a renda total das famílias. É verdade que o Brasil aumentou, nos últimos dez anos, os gastos com o ensino, em todos os níveis. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao Ministério da Educação, entre 2000 e 2011, o investimento público total no setor passou de 4,7% para 6,1% do PIB.
É a mesma taxa com que o País fechou 2012 (últimos dados disponíveis). As perspectivas dos próximos anos também são positivas, desde a aprovação, há dois anos, do Plano Nacional da Educação, que determina, como meta, que o governo atinja um investimento igual a 10% do PIB até 2022 no setor. Apesar dos esforços, os desafios para melhorar o nível de ensino brasileiro ainda são grandes. A principal referência para medir o sucesso das iniciativas é o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), mantido pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O último relatório, divulgado em 2013, com 65 países, coloca o Brasil em uma situação pouco confortável.
O País ocupou a 55ª posição em leitura e compreensão de texto; a 58ª em matemática; e a 59ª em ciências. As empresas sentem, de diversas maneiras, o impacto dessas deficiências (leia links abaixo). As mais óbvias são a menor produtividade dos trabalhadores locais, quando comparada à de outros países, e a carência de mão de obra qualificada. Para suprir essa lacuna, muitas delas decidiram arregaçar as mangas e investir parte de seus recursos em cursos de qualificação e educação. Um bom exemplo é a Petrobras, uma das dez empresas destacadas por seus projetos em educação, nesta edição das “Empresas do Bem”.
Até 2018, a petroleira planeja investir
R$ 1,5 bilhão em projetos socioambientais. A companhia também tem outras marcas para festejar. Entre 2007 e 2013, os programas apoiados pela Petrobras alfabetizaram 116 mil jovens e adultos. Naquele período, foi investido R$ 1,3 bilhão em ações sociais. Pouco mais de 60% desse dinheiro foi usado em projetos de qualificação profissional de jovens. A gaúcha Gerdau é outro exemplo. Entre as iniciativas do maior grupo siderúrgico das Américas, está o estímulo para que os funcionários façam trabalhos voluntários em projetos educacionais com foco no empreendedorismo dos jovens, em parceria com a ONG Junior Achievement.
A Gerdau, por sinal, integra iniciativa mais bem articulada de empresas privadas focadas em projetos sociais no Brasil. Trata-se do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife), fundado em 1995 e que conta, atualmente, com mais de 100 membros. Seu último relatório, divulgado em 2013, com base no biênio 2011-2012, mostra o tamanho dos investimentos privados em iniciativas sociais: R$ 2,2 bilhões por ano. Os projetos ligados à educação lideram as atenções: 87% das empresas apoiam projetos nessa área. Em 2005, esse percentual era de 60%. A evolução é um sinal de que as companhias estão cada vez mais dispostas a apoiar um dos fatores mais estratégicos para o desenvolvimento do País – e, por tabela, delas próprias.
Confira as demais empresas do bem:
• Fundação Itaú
• CDI
• Rhodia
• Petrobras
• Embraer
• Monsanto
• Novelis
• Gerdau
• ALL
• Fundação Bradesco
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Confira também as demais categorias:
• Saúde: Aposta na prevenção
• Mobilidade: Menos poluição e mais agilidade
• Meio ambiente: Um fator decisivo
• Tecnologia e gestão: Parcerias estratégicas