O hall de tecnologias que ficam obsoletas não para de crescer. Alguém ainda se lembra do telégrafo? E as secretárias eletrônicas, assim como o fax? A rede Facebook agora aposta que o e-mail está nesse caminho, acreditando que as pessoas vão se comunicar por meio de mensagens instantâneas e torpedos por celular. Um equipamento que está sempre na lista de extinção, mas insiste em não morrer são as impressoras. Em um momento em que a preocupação ambiental cresce e que os tablets e leitores de livro digital ganham espaço, nada mais ecologicamente incorreto do que gastar tinta e papel. 

 

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“Nosso negócio se transforma com o mundo, não podemos parar a evolução”

Carlos Bretos > Presidente da Lexmark no Brasil

 

Mas elas têm conseguido sobreviver usando a estratégia do camaleão, adaptando-se aos novos tempos com muita rapidez. A nova safra de equipamentos da Lexmark, da HP e da Xerox se conecta à internet e dispensa o computador. “Nosso negócio transforma-se com o mundo, não podemos parar a evolução”, afirma Carlos Bretos, diretor-geral da Lexmark no Brasil.

 

Observe o exemplo da própria Lexmark. A companhia investiu na terceirização de impressão, modelo no qual a fabricante é responsável pela gestão das máquinas mantidas em grandes empresas. De acordo com a consultoria de tecnologia IDC, este é um negócio que deve movimentar cerca de US$ 500 milhões no Brasil em 2010. 

 

No mundo, serão quase US$ 30 bilhões, segundo a consultoria Photizo Group. Até pouco tempo, a empresa lucrava conforme o número de páginas impressas pelos clientes mensalmente. 

 

Hoje, a digitalização de documentos, seu armazenamento e gestão também entram na conta. Tanto Lexmark, como Xerox, fizeram aquisições milionárias neste segmento recentemente para melhorar a oferta do serviço. No processo de digitalização, a máquina não apenas fotografa a imagem, mas faz também a leitura inteligente dos dados, reconhecendo caracteres como nomes, números de documentos e endereços. 

 

Soluções que reduzem as páginas impressas. A preocupação ambiental envolve também o descarte. A Xerox desenvolveu uma tecnologia de cera sólida que substitui os cartuchos de impressão e, portanto, reduz em até 90% os resíduos gerados se comparado às impressoras com tecnologia de impressão laser. 

 

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Outra tendência é a integração com a web. Munidas de telas de cristal líquido sensíveis ao toque, como um iPhone, as impressoras são quase um computador pessoal. Elas têm disco rígido, chip de memória e conexão sem fio, eliminando os famigerados cabos. 

 

As máquinas da HP, por exemplo, têm recurso que permite que uma foto tirada pelo celular possa ser enviada diretamente para a impressora da família e de amigos por e-mail. O equipamento imprime o retrato, automaticamente. O mesmo pode ser feito com um documento ou uma apresentação. 

 

“Com a mobilidade, estamos recolocando a impressão no centro da vida dos nossos consumidores e inaugurando uma nova era da impressão”, diz Fernando Lewis, vice-presidente de imagem e impressão da HP. 

 

Mesmo assim, especialistas colocam em dúvida a expansão do mercado, em especial no ambiente doméstico. “Os dispositivos móveis, principalmente os smartphones, vão acabar com a impressão de muitas coisas, como mapas e cupons em sites de compras coletivas”, afirma Federico da Silva, analista da consultoria Gartner.