Aalta do dólar, cuja cotação está próxima de R$ 4, atingiu em cheio os moinhos de trigo brasileiros. Pressionados pela redução de consumo de seus produtos e sem conseguir repassar totalmente os custos aos consumidores, muitos deles estão com problemas para saldar dívidas com os traders, que fazem a intermediação da importação, chegando, inclusive, a financiar a operação. Nesse cenário de contração de consumo, estima-se uma redução de 10% do volume processado no Brasil, em 2015, segundo estimativas do Sindicato da Indústria da Moagem no Estado de São Paulo.

A paulista Moinho Santa Clara, vencedora pela terceira vez do ranking setorial de AS MELHORES DO MIDDLE MARKET, resolveu enfrentar esse cenário com mais investimentos. Em vez de reclamar da alta do dólar ou da queda de consumo, a companhia, com sede em São Caetano do Sul, que faturou R$ 205 milhões em 2014, adotou uma série de ações para enfrentar este cenário desafiador. “Enquanto o mercado está caindo, o nosso volume cresceu 1,5%”, diz Christian Saigh, vice-presidente do Moinho Santa Clara.

Entre as medidas adotadas por Saigh está o aumento do número de representantes comerciais no interior do Estado de São Paulo, principal mercado consumidor dos produtos do Moinho Santa Clara. “Essa é a região onde está o crescimento”, diz Saigh. Além disso, o moinho lançou uma série de novos produtos, como pão de hambúrger e hot dog congelados. Eles somam-se a uma farinha específica para pizza e para pastel. “Estamos segmentando os produtos”, afirma o empreendedor, que faz parte da terceira geração da família a comandar o negócio, fundado em 1927

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