Bill Clinton e Abilio Diniz alertaram nas últimas semanas: a despeito das condições econômicas e políticas atuais, a conjuntura e a demografia brasileiras abrem espaço para otimismo. A alcunha de país do futuro pode ter caído em desuso, mas o Brasil ainda é um país de oportunidades. Para o ex-presidente americano, que esteve na quinta-feira 12, em Brasília, há “poucos lugares no mundo” para ser tão otimista. “A capacidade do País de fazer as coisas acontecerem é incrível”, disse. Já o empresário brasileiro e presidente do conselho de administração da BRF defendeu, em Nova York, que o País está em “liquidação”, devido à desvalorização do real, mas que não está liquidado. “A minha confiança no Brasil é total”, disse Diniz. Outros importantes empresários e executivos de grandes empresas concordam e contaram à DINHEIRO quais são as oportunidades que enxergam:

“Devido a fatores como clima, extensão de terras e disponibilidade hídrica, o Brasil possui uma vocação natural para a produção de commodities agrícolas e, atualmente, existe uma demanda crescente para esta produção nacional. Além disso, em um cenário volátil, as empresas mostram sua capacidade de adaptação”
(Fernando Galletti de Queiroz, presidente da Minerva Foods)

“O Brasil tem a oportunidade de se tornar líder mundial em uma economia de baixo carbono. Reunimos a tecnologia, know how e matéria-prima abundante para promover uma mudança de matriz energética, substituindo rotas fósseis por fontes limpas. Essa é uma agenda estratégica e urgente para o planeta”
(Bernardo Gradin, empresário e CEO da GranBio)

“O Brasil e os outros países da América Latina têm muito potencial a ser explorado. Neste ano, abrimos no Brasil uma fábrica de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) que trará um novo norte à mobilidade urbana. O projeto do Rio de Janeiro é um exemplo nesse sentido. O centro da Cidade Maravilhosa renascerá com a chegada do modal, unindo metrô, ônibus, barcas, o aeroporto Santos Dumont e os principais pontos centrais da cidade. Há uma necessidade de vencer os desafios de mobilidade, oferecendo mais qualidade de vida aos brasileiros. Além disso, o modal pode gerar empregos e uma nova cadeia produtiva”
(Michel Boccaccio, presidente da Alstom no Brasil)

“O Brasil é hoje um dos principais mercados para a Dell no mundo. As principais oportunidades são geradas pela demanda das empresas por tecnologia da informação como forma de inovar, aumentar a produtividade e ter mais competitividade no mercado global”
(Luis Gonçalves, presidente da Dell Brasil)

“O Brasil tem duas grandes oportunidades: aumentar a produtividade para ganhar competitividade e atender o crescimento do consumo. O Brasil passa por um processo de ampliação do poder de compra das classes sociais, assim como uma mudança no perfil da população. De acordo com estudos, até 2020, o Brasil será o quinto mercado consumidor do mundo. Para a 3M, essa nova formação social é uma grande oportunidade para o desenvolvimento de produtos inovadores que atendam às necessidades desses futuros clientes”
(Jorge Lopez, presidente da 3M do Brasil)

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