Esqueça Milão. São Paulo será, durante seis semanas, a capital mundial do design. O elegante Jockey Club de São Paulo recebe entre 24 de maio e 12 de julho a 25a edição da Casa Cor, a maior feira de decoração do País e a segunda do mundo, atrás apenas do Salão Internacional do Móvel de Milão. Angelo Derenze, presidente da Casa Cor, espera receber mais de 220 mil visitantes, um recorde, e estima que serão fechados R$ 100 milhões em negócios. Para isso, a feira conta com muitos chamarizes.

Um deles é o carisma do ex-presidente Lula, a quem foi dedicado um espaço (veja ao lado). Grifes nacionais e internacionais – inclusive italianas, claro – participam dos ambientes diferenciados. Todos estão de olho nos consumidores da elite brasileira e, cada vez mais, nas camadas emergentes de consumidores da nova classe média, que também quer produtos com boa qualidade e design moderno. 

 

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o Prefeito: Angelo Derenze, presidente da Casa Cor, 

cuida de cada detalhe do evento, que deve receber 200 mil pessoas 

 

O grande trunfo da Casa Cor é colocar em evidência as três principais profissões envolvidas na programação (arquiteto, decorador e paisagista) e aproximá-las do dia a dia do consumidor em geral. “Antigamente, o sonho do brasileiro era ter a casa própria”, diz Derenze. “Agora, ele quer curtir essa casa, decorando-a e reformando-a.” Como o tema deste ano é Dia a Dia com Tecnologia, as engenhocas e aparelhos eletrônicos de última geração serão as grandes vedetes e se harmonizam com os onipresentes objetos assinados por designers renomados e de marcas cultuadas, como a italiana Matteo Grassi. 

 

“Vários ambientes apresentam soluções de controle e programação das atividades domésticas por meio de tablets e smartphones”, diz Derenze. O luxo também não poderia deixar de transitar pelos ambientes. O presidente do evento destaca objetos, como o lustre de cristal Baccarat assinado pelo designer francês Philippe Starck, usado no ambiente que homenageia a cantora Claudia Leitte, os objetos de arte que compõem o espaço criado pelo arquiteto Jorge Elias e os tecidos da grife italiana Missoni, espalhados por alguns projetos.

 

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Superluxo: o lustre de cristal Baccarat, by Philippe Starck,

custa R$ 230 mil e decora o ambiente da Claudia Leitte

 

O lustre, aliás, é uma das peças mais caras em exposição: R$ 230 mil. Nos dois últimos dias da Casa Cor, será realizada a Special Sale, oportunidade em que boa parte dos móveis e objetos usados nos ambientes será vendida com descontos que vão de 30% a 70%. Afora todo o frisson que a Casa Cor causa nos amantes do bem-estar e do bem-morar, Derenze acredita que a feira se transformou em um novo modelo de se fazer negócios na área de decoração e que está sendo exportado. 

 

De acordo com ele, a Casa Cor tem representações em 18 cidades brasileiras e em quatro países: Uruguai, Chile, Peru e Panamá. “O Brasil não tem só commodities para exportar e movimentar a balança comercial”, diz o executivo. “Nosso talento e nossa criatividade também precisam se espalhar para outros mercados e trazer divisas para o País.”

 

 

O quarto de Lula

 

O espaço denominado Suíte Presidencial, projeto da arquiteta Sâmia Sarayedine Testa e da decoradora Renata Seripieri, é verdadeiramente o quarto de um presidente. Isso porque as profissionais elaboraram o cômodo de 100 m2 de acordo com o gosto do casal Lula e Marisa Letícia, que ocupou o Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, de 2003 a 2010. 

 

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“Os dois nos receberam com muita cordialidade e nos abriram várias preferências”, diz Sâmia. Para personalizar o ambiente, o ex-presidente e a ex-primeira dama emprestaram alguns objetos pessoais para compor a decoração. “Dona Marisa escolheu chapéus da sua coleção e fotos da família. Já Lula nos emprestou a sua coleção de camisas do Corinthians e uma bola do time de seu coração”, afirma a arquiteta. 

 

A maior parte dos objetos irá ambientar o closet. O ambiente dá passagem ao banheiro do casal, que conta com uma parede de 16 m², totalmente em ônix. “Essa parede representa a admiração de dona Marisa pelas pedras preciosas”, diz Sâmia. Segundo ela, se uma pessoa quisesse reproduzir o mesmo ambiente em sua casa teria de desembolsar, pelo menos, R$ 500 mil.

 

Colaborou Suzana Borin