1997: DINHEIRO foi o primeiro veículo de comunicação brasileiro a entrevistar o megainvestidor George Soros. Na época, ele era um temido megaespeculador

Na semana passada, o megainvestidor George Soros transferiu, de uma vez, US$ 18 bilhões para sua fundação, a Open Society Foundation. Com a movimentação, a entidade se transformou na segunda maior organização filantrópica dos Estados Unidos, atrás apenas da Bill e Melinda Gates Foundation, criada pelo fundador da Microsoft, Bill Gates, e sua mulher. Segundo reportagem do jornal The Wall Street Journal, que cita pessoas a par com a gestão do patrimônio de Soros, a transferência faz parte de uma estratégia mais abrangente, que afeta, também, a Soros Fund Management, holding que concentra os investimentos do bilionário.

“É um processo em andamento, cujo objetivo é migrar de um fundo de hedge para uma estrutura de alocado a dar suporte a uma fundação, por um longo período”, disse ao jornal Bill Ford, membro do conselho da Open Society. A expectativa é de que a Soros Fund passe a fazer investimentos menores, focados nos mercados de câmbio, commodities e juros. Aos 87 anos, Soros tem um longo histórico de investir em causas políticas e sociais. A prática começou no final dos anos 1970, quando ele passou a financiar iniciativas para combater o comunismo, em especial na Hungria, seu país de nascimento.

Hoje, a sua fundação mantém o perfil liberal-democrata, apoiando causas que defendem a livre migração, igualdade de gênero e raça, além de minorias étnicas, como os povos ciganos. Os dispêndios de Soros nessa área já somam US$ 14 bilhões, segundo a própria fundação. A postura transformou o investidor em uma espécie de inimigo dos conservadores. Em sua campanha para presidente, no ano passado, o atual mandatário americano, Donald Trump, veiculou anúncios denunciando uma suposta estrutura global de poder focada em prejudicar o trabalhador americano, sob o comando de Soros. Como resposta, a Open Society anunciou que iria gastar US$ 10 milhões em iniciativas de combate a crimes de ódio racial.

(Nota publicada na Edição 1041 da Revista Dinheiro)