07/10/2022 - 0:25
Na Usina São Manoel o foco de trabalho e o desafio de gestão estão claros para o corpo de executivos. O primeiro é ganhar eficiência, o segundo é aumentar a diversidade no quadro de funcionários. Apesar de distintos, ambos mostram que a empresa está alinhada às boas práticas ESG (ambiental, social e de governança). “Estamos firmes no propósito de perseguir a máxima eficiência nas operações”, afirmou Pedro Dinucci, presidente do Conselho de Administração. Para isso, estão investindo em tecnologia, inovação e sustentabilidade.
Somente no ano passado, a empresa destinou R$ 9,5 milhões em novas ferramentas que trouxeram evoluções significativas na parte agronômica e na administrativa. O resultado veio e o ganho de eficiência foi de R$ 19,3 milhões. “O paradigma da empresa mudou. Se antes era corte de custos, agora é tecnologia”, afirmou Dinucci. Entre os exemplos do que foi implementado estão projetos para cogeração de energia e o uso pioneiro do NIR, sensor infravermelho que controla os níveis de umidade dos grãos e permite uma operação com ajustes imediatos reduzindo custos e aumentando a qualidade do produto. De acordo com o executivo, somente essa novidade gerou ganho de R$ 5 milhões na moenda.
A estratégia que já vem em curso nos últimos anos resultou em bons númerosem 2021. A receita líquida subiu 40%, alcançando R$ 938,9 milhões. No lucro líquido a alta foi de 137%, passando de R$ 85 milhões para R$ 201,9 milhões e o Ebitda saltou de R$ 452,6 milhões para R$ 648,1 milhões, alta de 43%. Em volume, a moagem da cana passou de 3,25 milhões de toneladas na safra de 2021/22 para 3,4 milhões de toneladas em 2022/23. Atualmente, a São Manoel possui capacidade de moagem de 4,1 milhões de toneladas por ano, para produção de 260 mil toneladas de açúcar, 170 milhões de litros de etanol e 3,7 mil toneladas de levedura.

“O paradigma da empresa mudou. Se antes era corte de custos, agora é tecnologia” Pedro Dinucci, presidente do Conselho.
Com resultados financeiros sólidos, e sem descuidar deles, o time da Usina São Manoel tem se dedicado a arrumar algumas arestas que ainda não estão tão redondas quanto os acionistas desejam. Uma delas é a questão da diversidade. O desafio, explica o presidente do Conselho, não é étnico-racial onde o índice está em linha com a representatividade da região. “A comunidade de negros e pardos na cidade de São Manuel é de 46%, e aqui na usina é de 43%”. O desafio é na problemática de gênero, mas cuja solução vem evoluindo. A empresa passou de 8,6% de presença feminina para 10,4% e a meta é chegar a 16% em 2030.
Aqui entra um dos programas sociais da companhia. Em parceria com o Senai e com a prefeitura, foram montados cursos profissionalizantes específicos para as demandas da usina. Além de conteúdo, foram cedidos equipamentos. Uma vez contratados, os funcionários continuam envolvidos em treinamentos. Somente no ano passado, foram investidos R$ 3,8 milhões na área, o que gerou 67 horas de treinamento por pessoa. “Talentos diversos a cidade tem, nós é que temos de modificar o processo interno para sermos mais inclusivos”, afirmou Dinucci. “Isso é ótimo, porque estamos no caminho para mudar”.
Ainda dentro da agenda ESG, o assunto que faz brilhar os olhos do presidente do Conselho é a questão ambiental. O programa Ciclo do Mel é um dos mais famosos. Para comprovar que o canavial é responsável no uso dos agroquímicos, foi feita uma parceria com os apicultores da região que instalaram apiários em volta da plantação. Como abelhas são muito sensíveis, caso haja uso excessivo de químicos, as elas morrem. Se estão vivas e produzindo, é bom sinal. O mel coletado é entregue em parte para uma casa de assistência a crianças vulneráveis da região.
As ações de responsabilidade não param por aí. Hoje a usina soma 300 hectares de matas nativas acima do exigido pela legislação brasileira e tem investido em drones para reflorestar áreas degradadas. Com a tecnologia o custo para a recuperação de 1 hectare caiu de R$ 40 mil para R$ 8 mil. Esse é um dos ganhos de eficiência que a empresa tanto busca. Além da recuperação da fauna, a empresa lançou também o programa Bicho Vivo. Em parceria com a polícia ambiental, animais silvestres resgatados em situações de perigo ganham liberdade nas áreas preservadas da empresa.
Como destaque do ano que se encerrou Dinucci aponta o trabalho que os executivos estão fazendo com a cadeia de valor para que elas melhorem os índices de eficiência operacional e também as ações ESG. “O mundo está mudando rápido e queremos ser líderes neste mercado com nossos parceiros e fornecedores”, afirmou Dinucci. Uma doce missão para a Usina que pelo conjunto das ações foi agraciada com o título de AS MELHORES DA DINHEIRO 2022 na categoria Usinas.