16/08/2013 - 21:00
Boas-novas sopram sobre a economia global e elas emanam justamente do Velho Continente. Depois de longo e tenebroso inverno de resultados, eis que o Mercado Comum Europeu começa a emitir sinais de recuperação. Já há quem aponte que a recessão europeia chegou ao fim. E motivos para o otimismo não faltam. O PIB de Portugal, por exemplo, avançou 1,1% no segundo trimestre. Embora tímido, o número é promissor, o melhor resultado dos últimos anos, dentro de uma economia que era tida como bola da vez e estava no olho do furacão financeiro da zona do euro. Mesmo a locomotiva do bloco, a Alemanha, que tem gasto rios de recursos em socorro aos vizinhos, apresentou crescimento, da ordem de 0,7% no segundo trimestre. O Produto Interno Bruto conjunto desse mercado ficará em torno de 0,3%.
Trata-se de uma conquista! É a primeira alta registrada desde 2011 e inclui uma expansão da indústria continental de 0,7%. Mesmo os parques fabris da Grécia, Itália e Irlanda experimentaram expansão. Para parceiros tradicionais, os da América Latina em especial, é um desafogo. A retração europeia vinha travando negócios e irradiando reflexos negativos mundo afora. Sua retomada amplia, decerto, perspectivas no comércio exterior. Somado aos sinais de razoável estabilidade da economia dos EUA, cujo crescimento pode superar os 2% em 2013, o renascimento europeu afasta de vez os maus agouros que a crise internacional vinha impingindo aos países emergentes. O Brasil, dentre eles, pode desengavetar antigos planos de incremento das relações bilaterais e recuperar parte do fôlego perdido na sua balança de exportações.
Já está mais do que na hora de o País ampliar seus horizontes e tentar acertar contratos com outros grandes mercados que não o da China e o da América Latina. Essa dependência de poucos compradores – depois que os EUA foram deixados de lado por longos anos – tem sido o fator preponderante no fraco desempenho de sua balança. A Europa, cujas empresas mantêm inúmeros negócios por aqui, é um vasto território a ser conquistado e poderá funcionar como alavanca de retomada do mercado interno nas duas pontas: trazendo mais investimentos e projetos e oferecendo uma demanda para as mercadorias nacionais. É uma oportunidade que não pode ser desperdiçada e o momento para acertar entendimentos nesse corredor é agora.