26/08/2022 - 2:00
Já é mais que redundante falar que faltam profissionais qualificados na indústria de tecnologia. O setor enfrenta a falta de desenvolvedores desde a criação da internet, em 1969. Mas o gargalo nunca chegou ao patamar de agora. Segundo a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom), o Brasil vai demandar quase 800 mil profissionais do setor até 2025 e o mercado anseia cada vez mais por uma solução consistente para esse antigo problema. Há duas saídas para a situação. Uma, de longo prazo, que é um plano consistente para a educação, priorizando o ensino de TI desde o princípio da formação escolar. A de curto prazo está em uma tecnologia, conhecida como low ou no-code – que consiste em plataformas, programas ou apps, que tornam a experiência do usuário ao desenvolver aplicações extremamente fácil, com uso de poucas ou quase nenhuma linha de código.
O mercado de low e no-code movimentou aproximadamente US$ 13,8 bilhões no ano passado, segundo a Gartner, e deve chegar a US$ 29 bilhões em faturamento até 2025, conforme relatório da consultoria. Entre as plataformas líderes, uma das maiores é a Mendix, que existe desde 2005 e se juntou ao conglomerado alemão da Siemens em 2018. Em 2019 a companhia decidiu trazer a tecnologia para o Brasil e para isso, precisou de um parceiro estratégico. A escolhida foi a TrueChange. “Um parceiro sério para conseguir montar uma boa estrutura digital”, disse à DINHEIRO Daniel Scuzzarello, Country Manager da Siemens Digital. “Isso é decisivo na nossa meta de estar na frente como líderes e influenciadores.”

Segundo Scuzzarello, os principais mercados que demandam o low-code são o agronegócio (“estão exportando o movimento da cadeia produtiva”), o da educação (“há uma personalização para entender as necessidades do novo ensino”), e o financeiro (“para garantir os dados e informações enviadas nas aplicações com certificações de segurança”). Como a plataforma permite que as pessoas resolvam problemas simples, que antes precisavam de um programador ou até de uma equipe, “ela deixa de tomar muito tempo e eficiência das empresas”.
Lázaro Pinheiro, coCEO da TrueChange, diz que a ferramenta traz também outra vantagem, além da solução, já que permite aos usuários do negócio criar seu software. “A gente não pode depender só do desenvolvedor profissional”, disse à DINHEIRO. A ideia é que cada vez mais, soluções de ponta a ponta sejam pensadas estrategicamente e que as melhorias sejam feitas pelos profissionais de TI.