18/11/2022 - 4:30
Para entender o que é um mundo de 8 bilhões de pessoas vale uma breve comparação sobre a diferença brutal na escala das grandezas: uma pessoa com 1 milhão de segundos de vida tem 11 dias de existência; já uma pessoa com 1 bilhão de segundos de vida tem quase 32 anos. A distância entre um recém-nascido e um adulto a caminho da meia idade simboliza o planeta com 8 bilhões de habitantes, marca oficialmente alcançada na terça-feira (15). Um feito para a humanidade. Na mesma proporção, um desafio para a humanidade. Alimentar, educar e dar saúde a esse contingente exigirá governantes de uma grandeza que não temos. “É uma ocasião para celebrar nossa diversidade, reconhecer nossa humanidade comum e se maravilhar com os avanços na saúde”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, no documento que trata do Dia dos 8 Bilhões. “Ao mesmo tempo, é um lembrete de nossa responsabilidade compartilhada de cuidar do planeta.”
Um planeta mais velho e mais pobre. A população global com 65 anos ou mais deverá aumentar de 10% do total este ano para 16% em 2050. Hoje, são 800 milhões de pessoas nessa faixa. Pelas projeções da ONU, serão 1,5 bilhão. A expectativa de vida global ao nascer atingiu 71 anos em 2021, salto de quase oito anos desde 1990. Em 2050, deve bater nos 77,2 anos. Mas isso é a média. Nos países mais pobres, a expectativa de vida em 2021 estava sete anos atrás da média global. Outro desequilíbrio vem da taxa de fertilidade. Segundo a ONU, “o aumento da população global tornou-se cada vez mais concentrado entre os países mais pobres do mundo, a maioria na África subsaariana”. Liu Zhenmin, subsecretário-geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais, afirmou que “o rápido crescimento populacional torna mais difícil erradicar a pobreza, combater a fome e a desnutrição e aumentar a cobertura dos sistemas de saúde e educação”. Os gráficos ao lado resumem os maiores desafios deste admirável mundo novo.