Em tempos de pleno emprego, encontrar pessoas qualificadas tem sido o calcanhar de Aquiles para muitas empresas ligadas à construção civil. No entanto, para a Astra Indústria e Comércio, fabricante de artefatos plásticos para construção, esse problema nunca existiu. Desde a sua fundação, em 1957, o Grupo tem a cultura da formação interna de mão de obra. Os atuais 2.500 colaboradores foram contratados sem experiência e treinados na própria empresa, que gasta anualmente R$ 1,2 milhão em qualificação. 

 

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“Isso nos dá vantagem competitiva, com baixa rotatividade”, diz Manoel Flores, superintendente do Grupo Astra, empresa de Jundiaí, no interior de São Paulo, que é destaque na categoria Arte­fatos e Utilidades de Plástico no ranking AS MELHORES DO MIDDLE MARKET. A companhia faz parte de uma holding que controla outras duas empresas do mesmo ramo, a Integral e Japi. A Astra sempre trabalhou com venda para o varejo, mas em 1990, identificou na construção civil uma oportunidade de negócios e decidiu criar produtos específicos para o setor. Hoje ela tem em seu portfólio produtos que vão desde a fundação da obra até o acabamento e decoração. 

 

O desempenho do mercado da construção nos últimos anos turbinou as vendas da companhia. “A expansão deste ano, especificamente, foi muito boa”, diz Flores. “É consequência de um trabalho intenso que vem sendo feito junto aos nossos clientes nos pontos de venda.” Atualmente, a empresa fornece para centenas de construtoras em todo o País. A Astra espera encerrar 2013 com um crescimento de 15%, com faturamento de R$ 390 milhões. Em 2012, a companhia teve uma receita líquida de R$ 339,5 milhões, um crescimento de 28% em relação a 2011. O setor, porém, não teve o mesmo desempenho. Segundo a Abiplast, a entidade dos fabricantes, a indústria de transformação de plásticos cresceu 1,6% neste ano. 

 

No caso da Astra, diz Flores, nem mesmo a alta do dólar atrapalhou os negócios, pois a maior parte da matéria-prima utilizada na fabricação dos produtos é comprada no Brasil. Além disso, as exportações compensaram os custos com o câmbio, que teve desvalorização de 13,8% de janeiro a novembro. “A nossa balança comercial está equilibrada”, diz o executivo. “O dólar vai mexer sempre com as duas pontas.” Cerca de 10% do faturamento da empresa vem de exportação de produtos para América Latina, Estados Unidos e alguns países da África e do Oriente Médio. A meta agora é fazer com que a empresa continue crescendo em todas as áreas. “Queremos ter mais lucro e conquistar mais mercado”, afirma Flores. 

 

O desafio é grande: desenvolver novos produtos para enfrentar os concorrentes em cada linha de produto. A inovação será mais intensa nos segmentos em que a Astra tem maior briga no mercado, como assentos sanitários, banheiras e armários espelhados. Para isso, a companhia vai adquirir novas máquinas e já injetou R$ 12,9 milhões na expansão de 20 mil metros quadrados do parque industrial, em Jundiaí (SP), onde a empresa tem nove plantas industriais. Outra estratégia é investir em pessoal, melhorar a imagem da marca junto aos consumidores e aumentar a presença nos pontos de venda. “Estamos otimistas de que 2014 será um ano muito bom”, diz o superintendente do Grupo Astra.

 

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