27/08/2015 - 18:00
Existem diversas maneiras de entender o mercado de joias. A primeira delas é através dos números: o faturamento do setor, seu impacto na economia e as oscilações na cotação de metais e pedras preciosas. A outra é um pouco mais difícil, pois mexe com elementos intangíveis: o gosto de cada cliente, a exclusividade e toda carga emotiva que uma peça carrega. Observando-se apenas os números, pode-se dizer que o mercado não vai nada bem. Pelas contas da consultoria Euromonitor International, especializada em consumo, as vendas de joias no Brasil devem cair 19,5% neste ano, para US$ 3,2 bilhões. Neste cenário, as coleções exclusivas, com design diferenciado e produzidas a partir de técnicas centenárias são as armas para aqueles que pretendem se sobressair e disputar espaço com as grifes internacionais. É nisto que aposta a paulistana Laís Demarchi Pimenta, 27 anos, fundadora e diretora criativa da grife Verachi, especializada em joias com um toque clássico e que chegam a custar até R$ 280 mil, como foi o caso de uma peça produzida sob medida para uma cliente e cujos detalhes não revela, devido a um contrato de confidencialidade com a cliente.
Mais que apenas produzir braceletes, anéis e pulseiras, a marca aposta na exclusividade. Em 2014, foram executadas 150 peças, feitas praticamente sob medida e com uso intensivo de mão de obra. “A produção artesanal confere um diferencial importante, pois torna cada pela única”, diz Laís. Para 2015, seu grande trunfo é a linha que homenageia a Itália, país no qual a designer graduada em moda pela Faculdade Santa Marcelina, de São Paulo, se especializou. A Verachi nasceu há apenas cinco anos, fruto do gosto de Laís pela matéria prima sólida, usada para confeccionar acessórios. “A faculdade fez com que eu resgatasse algumas memórias da infância como o contato com a minha avó que gostava muito de joias”, afirma.
Antes de fundar a Verachi, nome resultante da junção de sílabas de seu nome de solteira Lais Demarchi Veras, a designer paulistana tratou de reforçar seus conhecimentos na área. Fez cursos de ourivesaria em São Paulo e embarcou para Florença, onde aprendeu tudo sobre gemas coloridas e diamantes. Foi também na terra de Leonardo da Vinci que ela conheceu as técnicas tradicionais de produção de joias que influenciam até hoje sua produção. Estes elementos estão presentes na coleção VERACHI Itália, cujo portfólio inclui peças fabricadas naquele país. Únicas, exclusivas e caras. O destaque é o brinco Toscana, feito em ouro amarelo, esmeraldas e diamantes e vendido por R$ 78,2 mil. Outro que chama a atenção pela beleza é o brinco Mônaco, confeccionado em ouro branco de 18 quilates, detalhes em diamantes, ouro amarelo e pérolas australianas, que custa R$ 35,9 mil.
Outro detalhe que chama a atenção sobre a Verachi é seu modelo de negócio. Nada de lojas próprias, tampouco a distribuição de produtos em joalherias selecionadas. A comercialização se dá em seu show room, situado no Alto de Pinheiros, na Zona Oeste da cidade de São Paulo, ou então a partir de atendimento personalizado, quando um de seus representantes vai à casa dos clientes. “Valorizo a exclusividade e a comodidade de nossos clientes”, diz a fundadora da Verachi.