A mensagem do presidente Milton Meyer na página de apresentação do site da MPD Engenharia dá o recado: “Estamos aqui para entender as oportunidades de mercado e partilhar da qualidade dos nossos serviços.” E é isso o que a construtora e incorporadora tem feito nos últimos 41 anos, celebrados agora em julho. Uma história repleta de desafios — econômicos, políticos e setoriais —, mas de crescimento planejado, embalado pelo uso de tecnologias e de inovações. “O investimento em obras deve chegar a R$ 1,1 bilhão este ano”, disse o executivo à DINHEIRO. A empresa já construiu mais de 4 milhões de metros quadrados desde a fundação, em 1982.

O crescimento dos negócios — o Valor Geral de Vendas (VGV) chegou a R$ 493 milhões no ano passado — está baseado no lançamento de quatro empreendimentos, mesmo volume do ano passado.

O VGV dos produtos é de R$ 1 bilhão, contra pouco mais de R$ 900 milhões apurados em 2022.

Atualmente, a MPD possui 24 canteiros de obras ativos, três a mais na comparação anual. Grande parte dos negócios está ligada aos segmentos de apartamentos e escritórios de médio e alto padrão mas, diferentemente das concorrentes, áreas como saúde, educação, lazer, comercial, infraestrutura e industrial fortalecem o portfólio de produtos já erguidos no estado de São Paulo. “Já construímos 12 hospitais, três centros médicos, fizemos a expansão do ITA [Instituto de Tecnologia da Aeronáutica], em São José dos Campos, e a Universidade Federal do ABC.”

Apesar da história não tão recente, a empresa, fundada e até hoje instalada em Alphaville, na região metropolitana de São Paulo, fez a sua entrada na capital paulista apenas em 2020, com três empreendimentos: Verve Pinheiros, Figueira Leopoldo (Itaim Bibi) e Hera Perdizes.

Dois projetos estão em fase de lançamento na cidade: Reffugio 359 (Aclimação) e Most Moema.

“Atualmente 60% dos negócios estão em São Paulo”, disse o executivo, que anuncia para este semestre dois novos lançamentos na capital: na Vila Mariana (rua Borges Lagoa) e em Perdizes (rua Homem de Melo). “É uma cidade que consegue ganhar valor, que tem uma demanda mais alta, tem faixas de renda em quase todos os espectros”.

O foco está em bairros onde a MPD encontra condição de escalar um pouco o preço. “No ano que vem vamos lançar um projeto espetacular em Higienópolis.”

A empresa tem procurado se posicionar em terrenos mais estratégicos em São Paulo, mas sem ignorar sua história, que engloba diversos produtos já disponibilizados em Alphaville e na vizinha Tamboré. Municípios no interior e litoral do estado também são palcos de investidas da MPD, casos do Eleve Jundiaí, do Resort Itanhaém Condomínio Clube e do Manhattan Office Santos.

“Estamos aqui para entender as oportunidades de mercado e partilhar da qualidade dos nossos serviços.”
Milton Meyer, presidente da MPD engenharia

Driblando a montanha russa da economia

A diversidade do portfólio têm papel estratégico em períodos de alto e baixo da economia e de extrema concorrência em qualquer um dos segmentos atendidos. “Como temos duas linhas de negócios distintas, mas complementares, quando você pega um mercado, vamos falar de incorporação, o nosso ciclo é longo: comprar um terreno, terminar [a obra] e entregar são cinco anos”, disse.

E quanto menor o custo do capital mais gente inserida no mercado. “Então é óbvio que você se apoiando em outras áreas que também tem expertise consegue fazer uma mistura para ter uma empresa mais equilibrada e não só apoiada num único pilar.”

A MPD tem, segundo o executivo, quase 4 mil clientes ativos. Com os lançamentos programados, pretende aumentar esse volume entre 1 mil e 2 mil. “Projetamos terminar 2024 com alguma coisa entre 5,5 mil e 6 mil clientes ativos”, afirmou Meyer, ao destacar ainda a importância de parcerias bem estruturadas para o incremento nos negócios.

“Destaco a que temos com a Helbor, de 12, 13 anos. Já construímos conjuntamente mais de 3,5 mil unidades, com contratos de quase R$ 1,2 bilhão no total ao longo desse período.”

O incremento nos negócios da MPD está ligado também a investimentos em digitalização e na automação de processos em sua cadeia produtiva para torná-los mais seguros e práticos.

Exemplo é o uso do BIM (Modelagem de Informação da Construção, em português), que consiste na representação digital e tridimensional das características físicas e funcionais de um edifício.

Outro médoto adotado em quase todas as obras de edificação é o Lean, processo de construção que busca minimizar as perdas e diminuir os gargalos entre as atividades que compõe uma obra. “É possível fazer um processo de construção mais orgânico, mais harmônico e com melhor qualidade”, disse o executivo.

A atenção especial aos processos de trabalho se estendeu também ao quadro de colaboradores, principalmente na pandemia. A MPD montou equipes especializadas em diversos departamentos:
* estrutura,
* instalação
* e acabamento.

“Crescemos o número de colaboradores em praticamente 30% em pouco menos de um ano e meio”, afirmou Meyer. “Chegamos a algo entre 1 mil e 1,1 mil.”

A empresa tem ainda realizado movimento de estruturação profissional nos quadros de governança, além de fortalecer o conselho, para, de acordo com o presidente, crescer e “enfrentar os próximos dez, 20, 30, 40 anos de vida em um segmento tão importante para o nosso Brasil”, disse o presidente. “Somos geradores de empregos e indutores do progresso.” E a MPD mostra a cada ano que o progresso faz parte do seu alicerce.