11/11/2022 - 0:20
Há 20 anos, ninguém se atreveria a dizer que uma companhia de games teria um valor de mercado de cerca de US$ 343 bilhões. Muito menos que ela conseguiria atuar e conversar tanto com o consumidor final quanto com empresas. Mas hoje em dia isso não é mais estranho aos olhos de ninguém no caso da Nvidia, gigante americana que faturou US$ 27 bilhões no ano fiscal de 2022 e teve crescimento de 61% em relação ao ano anterior, além de um lucro de US$ 10 bilhões, 122% maior que no ano passado.
A empresa de hardware teve seu foco por muitos anos exclusivamente em produtos para os gamers, mas agora um dos grandes objetivos é atender demandas crescentes de inteligência artificial (IA) do B2B e criar um ecossistema propício para o crescimento desse negócio. A companhia vem ajudando as instituições a implementar metodologias para governança de dados, coletar e utilizar esses inputs nas suas estratégias, além de facilitar processos, realizando automações das mais simples até as mais complexas.
O comando da divisão para empresas da marca no Brasil está nas mãos de Marcio Aguiar, diretor da divisão Enterprise da Nvidia na América Latina. Parte do dia a dia dessa segmentação acontece desde 2010, em projetos de centros de dados, aplicações de inteligência artificial e demanda computacional gráfica. “A gente está sempre se reinventando, sempre abrindo novos mercados e novos conceitos computacionais”, afirmou Aguiar.
Uma das dificuldades de atender a esse mercado está em educar sobre as possibilidades e benefícios que essas tecnologias podem trazer. “É necessário educar tanto o cliente final como os parceiros, para que eles também possam mostrar valor ao consumidor”, disse. O diretor conta que, no início, quando começou na empresa, quase 95% do faturamento vinha dos games. Uma realidade totalmente distinta da atual: somente a divisão de data centers da empresa atingiu faturamento de US$ 10,6 bilhões no ano fiscal de 2022.

PERSONALIZAÇÃO Visando criar esse ambiente ideal para acelerar a adoção da IA pelas empresas, a companhia discute com os mais diversos setores as inovações tecnológicas que impulsionam a implantação da visão computacional baseada em IA. Na indústria de Óleo & Gás, por exemplo, a companhia mostrou recentemente como a IA difere da computação tradicional e como começar a implementar essa visão computacional para melhorar as operações do segmento.
Direcionada a sistemas autônomos, a nova plataforma Nvidia IGX para inteligência artificial de edge de alta precisão traz segurança avançada e proativa para setores sensíveis, como os de manufatura e logística, oferecendo uma camada adicional de proteção em fábricas e depósitos físicos altamente regulamentados.
No uso médico, por exemplo, a companhia oferece uma inferência de IA (quando um computador executa um software de IA para reconhecer um objeto ou fazer uma previsão) segura e de baixa latência para a área clínica por insights de diversos instrumentos e sensores direcionados ao uso em procedimentos médicos, como cirurgia assistida por robótica e monitoramento de pacientes.
A ideia principal da Nvidia é mostrar onde as ferramentas e o hardware se encaixam como solução dentro da sua estrutura. Para isso, faz um trabalho de evangelização a empresários e diretores de TI sobre a escolha do equipamento correto para cada empresa e cada momento do negócio. Para empresas com o orçamento mais baixo ou que estão começando, é possível utilizar uma GPU (Unidade de Processamento Gráfico) de jogos, com o custo mais baixo, por exemplo. Diversificando sempre com olho no cliente.