Por Hugo Cilo

Nos últimos dois meses, o empresário Sergio Bocayuva, CEO da marca de calçados Usaflex, passou 35 dias no exterior, principalmente em Milão e em Nova York. Não eram férias. A turnê internacional teve como objetivo fazer negócios mundo afora e captar as principais tendências de consumo e de novas tecnologias. Isso porque 2023 será um ano de recordes para a Usaflex, com vendas de quase R$ 600 milhões (alta de 15% sobre 2022), aumento de 50% na margem Ebitda (de R$ 51 milhões para R$ 72 milhões) e abertura de 42 lojas franqueadas até o fim do ano. “Estamos vivendo um momento extraordinário, com conquistas significativas em todos os mercados”, afirmou Bocayuva à MOEDA FORTE. “Com uma forte pegada de inovação, estamos conseguindo defender nossa posição como uma grife de durabilidade e conforto”, disse. Uma das novidades é o solado de nióbio, matéria-prima que aumenta o conforto e a resistência. Nesse caminho, o plano da Usaflex é chegar a 100 lojas até 2025, reduzindo a participação das unidades multimarcas. “Nossa ruptura nas lojas monomarcas, onde nosso estoque é mais qualificado, é de menos de 6%, enquanto chega a 70% nos pontos de venda multimarcas. Esse será o nosso caminho para continuar crescendo.”

Oportunidade em dólar

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Prestes a se tornar corretora, o escritório de investimentos Nomos acaba de recrutar a economista Bruna Allemann (ex Unilever e Fator) para assumir a mesa internacional. Ela chega com dois grandes desafios: proteger patrimônios e atrair novos investidores globais. “Muitos acreditam que as oportunidades globais são apenas para quem tem mais dinheiro”, disse. Atualmente, a Nomos tem mais de 160 mil clientes e R$ 7 bilhões em custódia.

Quem converte não se diverte

O novo marco cambial tem incentivado o surgimento de soluções. Nesta semana, a fintech BS2 (ex-Bonsucesso), dona de R$ 5,3 bilhões de ativos, lançou o serviço BS2 Easy Pay, focado em remessadoras por meio de uma conta em reais para não residentes no Brasil, sem necessidade de conversão de moedas. Assim, credita o valor da remessa diretamente na conta do beneficiário.

A inteligência brasileira da Capgemini

consultoria francesa Capgemini pretende reforçar seus negócios no Brasil a partir de 2024 com o lançamento de projetos pioneiros em IA e Dados. A empresa desenvolveu a Olivia, avatar de IA Generativa que tem servido de inspiração para inúmeras aplicações da tecnologia para transformar a experiência do cliente. Nos últimos dias, a diretora-geral para América Latina e Canadá, Aruna Jayanthi, esteve em São Paulo para encontrar clientes e reforçar estratégias de negócios com foco no potencial de algumas verticais. O Grupo Capgemini contabilizou uma receita acumulada de 16,9 milhões de euros para os primeiros nove meses do ano, que representa um aumento de 6% em relação ao mesmo período no ano passado.

“Estamos sentindo a dor. Estamos solidários. Agora, gostaria que isso viesse dentro de um contexto, uma situação excepcionalíssima.”
Max Lins, presidente da Enel em São Paulo

Viagens corporativas estão de volta

Tour House, uma das maiores agências de viagens corporativas do País, deve fechar o ano com aumento de 40% na receita com eventos. Segundo o CEO Luiz Silva, esse forte crescimento se deve às grandes convenções de empresas que aconteceram no primeiro semestre e a uma demanda ainda reprimida pela pandemia. Até 2027, a Tour House projeta receita de R$ 350 milhões em eventos.

Everest mais aquecido

Uma das mais tradicionais fabricantes de purificadores de água do País, a carioca Everest deve fechar o ano com um dos melhores desempenhos de sua história. A empresa, fundada em 1966, projeta alta de 16% nas vendas do segmento de purificação e de 20% em refrigeração. Segundo o diretor Carlos Alexandre, o aumento da estrutura de pós-venda tem sustentado os bons resultados da companhia.

Colheita de resultados

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Depois da tempestade que atingiu alguns produtores gaúchos de uva, acusados de exploração de trabalho análogo à escravidão, a Cooperativa Vinícola Aurora registrou um crescimento de 36,6% nas vendas de suco de uva integral entre os meses de janeiro e setembro em comparação ao ano passado. A comercialização de 37,1 milhões de litros representa o maior volume da história. No período, o faturamento do segmento passou de R$ 197 milhões para R$ 269 milhões. O ano deve fechar com alta de 25%. Segundo Renê Tonello, presidente do Conselho de Administração, o suco integral representa metade do faturamento total da companhia e 95% dos 1,1 mil pequenos agricultores cooperados produzem uvas para a elaboração da bebida. A busca por hábitos alimentares mais saudáveis, que incluem o consumo de bebidas livres de açúcar e álcool, é apontado como principal fator para o resultado.

Líderes e metas sustentáveis

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Líderes sêniores que se sentem pessoalmente responsáveis pelas metas de sustentabilidade da empresa mais do que dobram a probabilidade de alcançar os resultados esperados. De acordo com o estudo Divisões e Dividendos 2023, produzido pela Russell Reynolds Associatesespecializada em consultoria e desenvolvimento de lideranças, 29% dos executivos C-level possuem remuneração atrelada aos resultados em ESG, um aumento de 12% em relação ao ano passado e de 19% em relação a 2021. A pesquisa revela ainda que, embora 83% dos líderes sêniores estejam confiantes sobre o cumprimento das metas de sustentabilidade da empresa, apenas 23% têm seus objetivos medidos por objetivos claros. “Os líderes precisam compreender o seu papel na concretização da transformação sustentável do negócio para integrarem com mais eficiência a sustentabilidade na sua rotina”, afirmou Tatyana Freitas, head da prática ESG da Russell Reynolds.