Após semanas de intensas negociações nos bastidores, o destino de sete dos nove conselheiros da Oi será definido antes do fim de agosto. Alguns gestores de recursos americanos, como o ativista Discovery e o Point State, ligado ao fundo de pensão canadense dos professores de Ontário, estão se movendo para destituir boa parte do Conselho. O comando da operação está a cargo de alguém com vasta experiência em conflitos societários: o controverso investidor Nelson Tanure, da Cia. Docas de Investimentos. Tanure possui 7% das ações ordinárias da Oi. Em conjunto, Tanure e os fundos respondem por pelo menos 16% das ações com direito a voto, o que dá direito a indicar pelo menos três conselheiros. Detalhe: os conselheiros sob escrutínio também são membros do Conselho da portuguesa Pharol, que possui 27,5% da Oi. O mercado gostou: no mês, as ordinárias subiram mais de 55%.

Mineração
Números da Vale reluzem

A Vale produziu 86,8 milhões de toneladas de minério de ferro no segundo trimestre, uma alta de 12% ante o período anterior, devido ao forte desempenho do Sistema Norte, em Carajás. A produção de ouro também foi recorde: 109 mil onças. Analistas do Deutsche Bank projetam um Ebitda de US$ 2,2 bilhões da mineradora de maio a junho. No mês, até a quinta-feira 21, as ações PNA sobem 7,75%.

Touro x urso
O otimismo tornou-se perceptível na Bolsa há algumas semanas. Depois de meses sem fôlego para engatar uma subida, o Índice Bovespa iniciou uma trajetória ascendente no início de julho. No mês, até a quarta-feira 20, o principal indicador do mercado acumula uma alta de 9,8% e caminha para ser o melhor investimento do mês. No ano, o índice já registra uma valorização de 30,52%. A aquisição de títulos de países emergentes devido ao aumento do apetite global por risco, aliado aos sinais de retomada do crescimento da economia brasileira, devem tornar este movimento sustentável.

Destaque no pregão 
Dividendos sob pressão

A desaceleração da economia vem pressionando os dividendos. Uma pesquisa da empresa de informações financeiras Economatica mostrou que a rentabilidade dos proventos, conhecida como dividend yield nos 12 meses até 15 de julho foi de 1,1%, a menor dos últimos 20 anos. Nesse período, a média americana foi de 1,3%. A exceção foi a Cemig, presidida por Mauro Borges Lemos. Entre 2011 e 2015, a rentabilidade média com dividendos pagos pela estatal energética mineira foi de 10,15% ao ano. No mês, até a quinta-feira 21, as ações da Cemig sobem 24,7%.

Palavra do analista: 
Raphael Figueiredo, analista da Clear Corretora, avalia que quem quiser investir em ações tendo em vista o pagamento de proventos terá de ter paciência. “É preciso ser um investidor com perfil de longo prazo, e garimpar empresas com bons fundamentos, que tragam retornos crescentes”, diz ele.

Varejo
Restoque e Inbrands mais perto da fusão
Com o aval do Cade, a Restoque e a Inbrands, que reúnem grifes de roupas para os segmentos A e B, devem dar prosseguimento à fusão. Em comunicado enviado à CVM em junho, a Restoque afirmou avaliar uma oferta pública de ações para a companhia resultante da combinação das duas empresas, que nasceria com 727 lojas e 13 marcas, entre elas, Le Lis Blanc, Rosa Chá, Dudalina, além de Ellus, Richards e Salinas. Até março, a receita líquida das duas companhias somava R$ 2,04 bilhões. Já as dívidas eram de R$ 88 milhões. Procuradas, Restoque e Inbrands não comentaram.

MER­CA­DO EM NÚMEROS

USIMINAS
R$ 1 bilhão

É o aumento de capital aprovado pelos acionistas da siderúrgica, que emitiu 200 milhões de ações ordinárias, pelo valor unitário de R$ 5,00 

MULTIPLAN
R$ 13 milhões

É o montante que a administradora de shoppings irá investir na revitalização de áreas verdes ao entorno de empreendimentos em Ribeirão Preto (SP) e Canoas (RS) 

GENERAL MOTORS
157%

Foi a alta no lucro líquido da montadora no segundo trimestre, a US$ 2,9 bilhões, o que a fez elevar a previsão de lucro por ação neste ano para US$ 6. A companhia possui BDRs no País 

CYRELA
28,5%

Foi a queda nas vendas líquidas da incorporadora de abril a junho, que somaram R$ 442 milhões, em relação ao mesmo período de 2015 

GOL
6,6%

Foi a retração da demanda doméstica por assentos em junho. No mês, a taxa de ocupação caiu para 76,1%

(Nota publicada na Edição 977 da Revista Dinheiro)