28/06/2024 - 16:50
Guiga Spinelli é um dos nomes mais expoentes do automobilismo brasileiro. O piloto carioca é pentacampeão do Rally dos Sertões, tetracampeão brasileiro de Rally Raid e duas vezes Top 10 do Rally Dakar. Com 25 anos de carreira, hoje os 51 anos está em uma nova fase profissional. Voltou o ano passado a disputar o Sertões depois de um hiato. E está em preparação para encarar novamente em setembro o maior evento esportivo off Road do Brasil e tem em seu plano de percurso retornar também ao Dakar em breve. Tudo em parceria entre sua equipe, a Spinelli Racing, e a Mitsubishi Motors, que também retomou às atividades recentemente.
Mais experiente, o piloto tem escolhido melhor as competições que vai disputar. Está em menor frequência, mas em atividade constante. Ao melhor estilo dos trechos cronometrados dos rallys. Como empresário, porém, o momento é de pé no acelerador.
• Desde 2018 ele administra o Autódromo Velocitta, localizado uma fazenda no eixo entre Mogi Guaçu (SP) e Espírito Santo do Pinhal (SP), homologado pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e pela CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo).
• Recebe as principais categorias da modalidade. E também tem uma vertente de negócios B2B para receber eventos, seja para as empresas proporcionarem experiências a colaboradores e clientes, treinamentos de lideranças, networking com fornecedores, comemorações ou prospecto de novos contratos.
• Agora, para aumentar o mapa de serviços e possibilidades, o Velocitta lança o Bike Park, um espaço dedicado à prática do esporte pelas famílias, entusiastas do ciclismo e atletas profissionais.
“Já é um desafio enorme manter o autódromo, que já pegamos com boa estrutura e uma agenda de eventos consolidada. Mas é um desafio ainda maior expandir os negócios. O Bike Park amplia nosso cardápio”, disse Spinelli à DINHEIRO. O novo projeto vai funcionar no modelo B2B, que caracteriza o autódromo, mas também vai atender às pessoas físicas que visitam o local, ingressando no B2C.



As pistas do Bike Park somam aproximadamente 40 km e foram projetadas para atender a todas as faixas etárias e modalidades de mountain bike: cicloturismo, enduro e XCO.
• No cicloturismo, atende iniciantes, intermediários e avançados. São quatro trilhas dentro da fazenda, com percursos de 15, 20 e 25 quilômetros.
• No enduro, existem quatro pistas de 750 metros em descida, cada uma com diferentes níveis de dificuldade.
• O circuito de XCO possui uma pista de 4,5 quilômetros, projetada para provas de aproximadamente 1h30 ou para ciclistas que se identificam com a modalidade.
E o Bike Park Velocitta também oferece a modalidade e-Bike, de bicicletas assistidas por motor elétrico.
O PROJETO
O desenvolvimento e construção do Bike Park contaram com a contribuição de profissionais de excelência no ciclismo, como Mario Roma (um dos idealizadores do projeto) e Márcio Ravelli (projetista e construtor das pistas). As primeiras pistas de montain bike começaram a ser construídas ano passado e as obras seguem em andamento com planos de finalização ao longo deste ano.
Com o Bike Park, Spinelli pretende incrementar os casos de uso do espaço.
• O autódromo está ocupado 200 dias por ano — já teve média de 150 dias —, entre montagem e desmontagem de estruturas e a realização de eventos.
• As atividades no local, para ações de empresas, custam entre R$ 70 mil e R$ 1 milhão, como ocorreu recentemente ao ser palco de um evento de empresa com show musical para 500 convidados.
“O céu é o limite”, afirmou Spinelli sobre os formatos de atividades que pode receber. A expectativa é aumentar em 10% neste ano volume de dias utilizados. Quando o Bike Park estiver totalmente em funcionamento, vai contribuir para aumentar esse número, já que estão nos planos eventos integrados com o autódromo.
A gestão do Velocitta tem sido bem-sucedida. E Spinelli tem absorvido maior responsabilidade na fazenda, com a administração também das linhas de pecuária e agricultura do local, que avança na certificação para envasamento de água mineral. Tudo negociado com seu sogro, o empresário e velejador Eduardo de Souza Ramos, dono da Mitsubishi no Brasil e proprietário da Fazenda Velocitta.
Nada de conversas sobre negócios na mesa do almoço de domingo em família. As reuniões têm de ser marcadas, como manda o manual corporativo. “Essa separação entre pessoal e empresarial é importante”, disse Spinelli. Tem dado certo. E os investimentos estão acelerados, com o perdão do trocadilho.