A Natura inaugurou a safra de balanços do terceiro trimestre na quarta-feira 21, divulgando um lucro líquido de R$ 131,8 milhões. O número foi e 32,1% abaixo dos R$ 194 milhões previstos pelos analistas e 38,6% inferior aos resultados do mesmo período de 2014. A grande aposta dos analistas era o resultado internacional. As vendas da empresa presidida por Roberto Lima fora do Brasil subiram de 19,3% do total em 2014 para 31,8% em 2015, mas essa alta não foi capaz de compensar a retração de 9,6% no faturamento das operações brasileiras. Os custos subiram mais do que o esperado e a correção contábil das dívidas em dólar, conhecida como marcação a mercado, afetaram a última linha do balanço, apesar de a receita total do trimestre, de R$ 1,995 bilhão, ter confirmado os prognósticos do mercado.

Siderurgia

Gerdau: aço e crédito longo

A siderúrgica Gerdau aprovou, na terça-feira 20, que a holding do grupo deverá atuar como fiadora para a obtenção de empréstimos de até US$ 1 bilhão por um prazo de três anos. Com isso, a empresa presidida por André Gerdau Johannpeter pretende reduzir seu custo de capital e melhorar os resultados. A siderúrgica vem enfrentando o desaquecimento da economia no Brasil e na China, o que vem prejudicando seu desempenho na bolsa. Em 2015, as ações preferenciais recuaram 33,4%, após terem caído 46,7% no acumulado de 2014.

Touro x Urso

Enquanto a discussão sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff perdeu espaço nas manchetes, a nova preocupação do mercado é sobre a consistência do ajuste fiscal projetado para 2016. Há um consenso crescente de que um superávit primário depende de recursos extraordinários, como os oriundos da arrecadação da CPMF e os da taxação sobre grandes fortunas e repatriação de capital. Se confirmados, esses prognósticos podem levar a um novo rebaixamento da classificação de risco do Brasil. O impacto dessa decisão, porém, ainda é objeto de discussão. Vários analistas avaliam que boa parte da temida saída de recursos já ocorreu ao longo dos últimos meses, o que limitaria a volatilidade quando da confirmação da notícia.

Destaque no pregão

O susto cambial da Vale

O resultado trimestral da Vale surpreendeu negativamente o mercado. Por ter reconhecido de uma só vez o impacto da alta do dólar no terceiro trimestre, a empresa divulgou, na manhã da quinta-feira 22, um prejuízo de R$ 6,66 bilhões, quase o dobro dos R$ 3,81 bilhões de prejuízo no mesmo período de 2014. O resultado, porém, traz uma distorção, pois é incorporado de uma só vez no balanço, gerando uma despesa financeira contábil. No médio prazo, a desvalorização é positiva para a companhia, que é exportadora. No ano, as ações da Vale recuam 18,4%.

Palavra do analista: 
Wilfredo Ortiz, analista do Deutsche em Nova York, recomenda comprar as ações. Apesar do resultado, a produção de minério de ferro continua batendo recordes, e o encerramento de operações menos rentáveis deverá elevar a produtividade, o que é benéfico no longo prazo.

Varejo

Raia Drogasil dobra capital

Conselho da Raia Drogasil aprovou, na terça-feira 20, o aumento do capital social em R$ 900 milhões sem emissão de ações, por meio da conversão de reservas de capital. A operação deverá duplicar o tamanho do capital social da Raia Drogasil, que passa para R$ 1,81 bilhão, mas continua representado p or 330,4 milhões de ações ordinárias. A varejista farmacêutica tem apresentado resultados melhores do que a concorrência e, com isso, suas ações têm brilhado nos pregões: no ano, a alta é de 65,8%, após uma valorização de 73,4% em 2014.

Mercado em números

GENERAL SHOPPING
3,76 bilhões –
 Foi a quantidade de ações da administradora de shopping centers adquirida pela controladora Golf, que elevou sua participação no capital de 68,5% para 74,3%

MRV ENGENHARIA
R$ 1,045 bilhão –
 Foi o valor dos lançamentos da incorporadora no terceiro trimestre, crescimento de 13,1% em relação ao mesmo período do ano passado.

ITAÚ UNIBANCO
R$ 170 milhões –
 É quanto o banco pagará à Odebrecht Transportes por 50% das ações da ConectCar, facilitador de pagamentos em pedágios. Os 50% restantes permanecem com o grupo Ultra

ENERGISA
R$ 109 milhões –
 Foi o valor pago pela companhia de energia elétrica para resgatar antecipadamente 21 notas promissórias

BRASIL INSURANCE
20 / 1 - 
É a proporção do grupamento de ações ordinárias aprovado pelo Conselho de Administração da empresa de corretagem de seguros