Em uma corrida de 100 metros, é difícil chegar à frente do corredor Usain Bolt, medalhista olímpico e detentor do recorde mundial da modalidade. Pois a prefeitura da cidade do Rio de Janeiro terá de desdobrar-se e usar a  habilidade do velocista  jamaicano para acelerar as obras dos Jogos Olímpicos de 2016 e se livrar de algumas pendências jurídicas. O primeiro passo nessa direção foi dado na segunda-feira 5, quando o consórcio formado pelas construtoras Andrade Gutierrez, Odebrecht e Carvalho Hosken venceu a licitação para construir o Parque Olímpico, principal palco das competições da Olimpíada de 2016. 

111.jpg

Ritmo de Bolt: prefeitura e construtoras terão de correr para resolver

pendências judiciais e manter o cronograma. 

 

Único concorrente na disputa, o consórcio terá de arcar com R$ 850 milhões dos R$ 1,4 bilhão previsto para a construção do complexo esportivo. Pelo cronograma, o Parque deverá ficar pronto até 2015. Ele será construí-do onde atualmente funciona o autódromo Nelson Piquet, em Jacarepaguá, na zona oeste da capital carioca. Quando estiver pronto, ocupará uma área de um milhão de metros quadrados e terá quatro ginásios esportivos, dois estádios, 16 quadras de tênis e uma arena olímpica. Esta inclui o centro aquático e o velódromo, ambos legados dos Jogos Pan-Americanos de 2007. 

 

O consórcio também será responsável pela construção do centro de imprensa e um hotel de luxo com 400 quartos. Em troca dos investimentos, a prefeitura repassará às construtoras uma área de 800 mil metros quadrados, onde elas poderão levantar empreendimentos comerciais ou residenciais. Esse espaço, no entanto, só será explorado em 2017, quando toda a estrutura temporária do Parque Olímpico já estiver desmontada. “Ter o setor privado envolvido no projeto é uma garantia de que tudo que for construí-do não será abandonado pela administração pública”, diz Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports & Marketing. 

 

Mas antes de tirar o projeto do papel, o consórcio terá que passar por alguns obstáculos. A Confederação Brasileira de Automobilismo tenta na Justiça invalidar a licitação. A entidade cobra o cumprimento de um acordo firmado com a prefeitura, no qual o autódromo só poderia ser fechado quando um novo fosse construído.  Outra barreira encontrada pelas construtoras é a resistência dos moradores da comunidade Vila Autódromo. Eles não aceitam ser transferidos para outro local. Para uma cidade que está sabendo se reinventar a olhos vistos e pacificou várias comunidades, não é tarefa impossível.

 

112.jpg