A precariedade das estradas brasileiras e o baixo ritmo de crescimento não impediram que as vendas de caminhões e ônibus atingissem marcas recorde neste ano. Segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), a demanda se reaqueceu em 2013 após um período de retração nas vendas no ano passado. Entre as razões para o sobe e desce do mercado estão a nova lei de emissões, a Proconve P7, que exigiu modificações na tecnologia dos veículos e os encareceu em até 15%, além das instabilidades no abastecimento e preço do diesel. 

 

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Apesar do cenário de incertezas, a mineira Itaipu Máquinas e Veículos, sediada em Contagem, concessionária da montadora sueca Scania, soube lidar muito bem com as oscilações. Enquanto o mercado encolheu 20% em 2012, seu faturamento recuou 11% no mesmo período, para R$ 397,9 milhões. A resistência pode ser explicada, em parte, pelo fato de sua marca ter se adiantado à mudança de legislação de redução de gases poluentes. “A Scania se antecipou ao mercado e já fez as adaptações dos caminhões em 2011”, diz Eugênio Costa, diretor-geral da Itaipu. “Saímos na frente nesta nova fase.” Os resultados apareceram apenas agora, mas vieram em grande estilo para a vencedora do ranking setorial de AS MELHORES DO MIDDLE MARKET. 

 

Em outubro deste ano, a empresa registrou alta de 50% em seu faturamento em comparação com o mesmo período do ano passado. A expectativa é que a receita acumulada em 2013 suba para R$ 550 milhões. “Os incentivos concedidos pelo BNDES às empresas também contribuíram muito para esse resultado e para o aumento das vendas”, afirma Wilson Lemos de Moraes Jr., presidente do WLM, holding que controla a Itaipu. A mudança que gerou mais resultados, no entanto, foi a ampliação do leque de serviços fornecidos pela concessionária. Antes baseada no comércio de veículos, a empresa passou a dividir o foco com os serviços de manutenção e a comercialização de peças da marca. 

 

“Trabalhamos com setores como mi-neração e construção pesada, que exigem um cuidado ainda maior com o caminhão”, afirma Costa. Fundada em 1973, a companhia surgiu com a necessidade do auxílio ao transporte da Supergasbras, então controlada pelo grupo WLM. Com uma estrutura pronta, a melhor opção, na época foi abrir, de fato, uma concessionária. “O negócio se revelou tão bom que nos desfizemos da Supergasbras para nos concentrar nele e em agropecuária”, diz Lemos de Moraes, que pretende inaugurar novas instalações em Montes Claros e iniciar a construção de uma megafilial em Betim, no ano que vem. “Queremos consolidar ainda mais a nossa participação dentro do território nacional”, diz Costa.

 

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