23/05/2014 - 20:00
Os engarrafamentos que tiram o humor da população de metrópoles como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Salvador já chegaram às cidades de porte médio do interior do País. A responsabilidade, em boa medida, é da falta de um planejamento urbano articulado que fez com que a evolução dos meios de transporte de massa (trem e metrô) não acompanhasse a demanda da população. Resultado: o transporte individual (leia-se automóveis e motocicletas) começou a ganhar cada vez mais espaço, entupindo as ruas e avenidas e ajudando a deteriorar a qualidade de vida.
O resultado dessa equação perversa é que, cada vez mais, os brasileiros desperdiçam mais horas em seus deslocamentos cotidianos para o trabalho ou para a escola. O reflexo imediato desse problema é a queda no bem-estar das pessoas, traduzida não apenas no número de horas perdidas, mas também na saúde. Esse quadro, é bem verdade, se repete em maior ou menor intensidade em cidades de países desenvolvidos da Europa e da Ásia e nos Estados Unidos, como mostrou a Organização Mundial de Saúde (OMS). Estudo divulgado recentemente dá conta de que nada menos de sete milhões de pessoas morrem por ano, devido à poluição.
Como o setor de transporte responde por boa parte das emissões de poluentes, as melhorias na mobilidade urbana deixaram de ser tarefa apenas do poder público. É um desafio para todos, inclusive as corporações (leia os links abaixo). Empresas como a subsidiária do banco espanhol Santander saíram na frente e resolveram investir nessa área. Suas ações tiveram como foco as consequências da equação criada pela abertura da sede no coração da Vila Olímpia, bairro da zona sudoeste de São Paulo que, nos últimos 20 anos, foi tomado por torres de escritório: mais pessoas, mais carros e menos mobilidade.
Para atenuar a situação, a direção do banco investiu em três frentes: transporte solidário, ônibus fretados e flexibilização de horário de entrada e saída. Além de resolver a situação de seus próprios funcionários e evitar problemas com os vizinhos, uma vez que no bairro existem diversos prédios residenciais, o Santander deu um exemplo global nessa área. Sua estratégia está sendo analisada pela matriz e também por técnicos do Banco Mundial. Outras, como Furnas, que integra o sistema Eletrobras, resolveram fazer desse problema uma chance para “vender seu peixe”.
A estatal está investindo R$ 62,5 milhões em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação ligada à mobilidade. Para isso, uniu-se aos engenheiros da Coppe-UFRJ. A base desse trabalho são dois experimentos. O primeiro deles é o desenvolvimento de um kit de sistema de tração 100% elétrico que possa ser adaptado em ônibus urbanos novos e usados. Outro, que surpreende pela complexidade, é o desenvolvimento de uma balsa movida a energia, etanol, células de hidrogênio e painel solar. A embarcação servirá de meio de transporte para quem mora nas cidades de Minas Gerais, banhadas pelo lago de Furnas.
É pela água também que a Caixa está incluindo cada vez mais brasileiros no sistema bancário, especialmente na Amazônia, onde as estradas são basicamente fluviais. É por meio de uma agência móvel que o banco responsável por boa parte dos programas sociais do governo federal chega até a população. Tratando-se de mobilidade, não poderíamos deixar de lembrar a importância da formação de cidadãos cada vez mais conscientes. É nesse filão que a Liberty Seguros vem apostando com o projeto Sinal Livre, que tem na conscientização dos riscos envolvidos no trânsito sua principal ferramenta.
Confira as demais empresas do bem:
• DHL
• Santander
• Caixa
• EDP
• Duck Tour
• Furnas
• O Boticário
• Avaya
• IBM
• Liberty Seguros
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Confira também as demais categorias:
• Saúde: Aposta na prevenção
• Educação: O que elas podem ensinar
• Meio ambiente: Um fator decisivo
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