09/05/2014 - 20:00
A nova composição do Índice Bovespa, válida entre maio e setembro deste ano, mostra uma profunda mudança no mercado de capitais brasileiro. A metodologia de cálculo do indicador, implantada no fim de 2013, revela um País dedicado a serviços financeiros e com empresas de alimentos pujantes. Doze meses antes, o Brasil refletido em seu mercado acionário era uma potência petrolífera e mineral, na qual aço, concreto e tijolos eram mais importantes do que comida e bebida. Os números dos setores mostram bem o avanço dos bancos. O setor de finanças e seguros, que já era o mais importante em 2013, com 18,6% do índice, quase dobrou seu peso e atingiu 31,1% de participação.
Isso indica que, a cada três reais que trocam de mãos na bolsa, pelo menos um deles refere-se a transações com ações. A participação dos grandes bancos privados mais que dobrou. A fatia de Itaú Unibanco subiu de 4,4% para 9,7% e a do Bradesco avançou de 3,4% para 7,6%. O peso do setor petrolífero caiu de 15,7% para 12,7%. A nova metodologia considera não só a quantidade de ações negociadas, mas também o valor de mercado da empresa, além de retirar da carteira ações cujas cotações sejam inferiores a R$ 1,00. Com isso, apesar de o peso da Petrobras ter aumentado de 10,6% para 12,7%, o desaparecimento das ações da OGX, de Eike Batista, reduziram o peso do setor.
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Antes das mudanças na fórmula – e de quebrar –, a ex-menina dos olhos de Batista representava 5,1% dos negócios, sendo a grande responsável pela amplificação da volatilidade do mercado no fim do ano passado. Individualmente, uma das ações que mais cresceu foi a da Ambev, graças ao enorme valor de mercado da companhia. Sua fatia no índice avançou de 1,6% para 5,8%, alta de 259%. Segundo o economista Clodoir Vieira, especializado no mercado acionário, a nova composição do índice espelha melhor a realidade da economia. “O Ibovespa passou a ser um indicador mais equilibrado e fiel da economia real”, diz ele.
