13/04/2012 - 21:00
Maior produtor nacional de soja e algodão, Mato Grosso, considerado um dos principais celeiros do País, recebeu uma grande notícia na segunda-feira 9. A agência de risco Moody’s elevou o Estado ao nível de grau de investimento, detido até então apenas por São Paulo. Com o índice Baa3, a Moody’s sinaliza para o mercado que Mato Grosso tem uma dívida baixa e em queda, com pequena dependência do governo federal e é uma das duas melhores unidades da Federação para se investir. Além disso, reconhece a capacidade do Palácio Paiaguás em honrar seus compromissos financeiros, num patamar superior aos demais governos estaduais.
Barbosa, governador: “O mundo vai nos olhar de forma diferente”.
Para o governador Silval Barbosa, o certificado de credibilidade chega em boa hora, justamente no momento em que ele está buscando recursos para as obras de mobilidade urbana, que vão capacitar Cuiabá para a Copa de 2014, e ajudar a repactuar a dívida com a União. “Uma das agências mais conceituadas do mundo nos deu tranquilidade para obter financiamentos”, afirma Barbosa. “O mundo dos negócios vai nos olhar de forma diferenciada.” Nos últimos sete meses, a Moody’s analisou as contas do Estado para decidir se aprovaria um empréstimo de R$ 1,2 bilhão com o banco Merrill Lynch. No relatório, os técnicos americanos afirmam que Mato Grosso possui “margens operacionais fortes”, com excedentes de tesouraria nos últimos seis anos, à exceção de 2009, quando registrou déficit equivalente a 2,7% da receita.
“O bom desempenho financeiro de Mato Grosso é sustentado por uma capacidade comprovada para combinar receitas e crescimento das despesas em um padrão sustentável”, atestam os analistas da Moody’s. As receitas do Estado têm crescido a uma taxa de 13%, em comparação aos 13,8% dos gastos. Uma tendência que tem se mostrado sólida. No entender da Moody’s, o governo estadual tem se esforçado para manter os gastos com pessoal em linha com o crescimento da receita e, assim, permanecer com resultados fiscais equilibrados. Embora a economia esteja concentrada na agricultura, dependente dos preços internacionais, a promoção da agroindústria, com incentivos fiscais, compensa as possíveis oscilações de preços. “O rating mostra que estamos no caminho certo”, afirma Barbosa.