Investir em moeda estrangeira requer coração forte e muito fôlego. Em 2014, as cotações oscilaram violentamente. O dólar acumulou, até 10 de dezembro, alta de 10,7% após ter subido 14,6% no ano passado. Já o euro recuou 0,2%, influenciado pela crise na Europa, após ter subido 19,7% em 2013. A causa de tanta emoção foi a recuperação da economia dos Estados Unidos e a perspectiva de alta dos juros, que drenou recursos dos países emergentes. Para Marcelo Pacheco, gerente-executivo de fundos multimercado e offshore da BBDTVM, em 2015 o euro vai continuar perdendo valor em relação ao dólar.

“Agora a economia europeia vai começar a entrar no ciclo de estímulos que os Estados Unidos encerraram neste ano. Com isso, teremos um dólar cada vez mais valorizado perante o euro.” Pacheco só recomenda a compra de euro para investidores que farão uso pontual, como em viagens a um país que utilize a moeda. Para os outros casos, em que a pessoa quer simplesmente ganhar dinheiro com a valorização, o dólar é a melhor opção. Os fundos cambiais de dólar da gestora tiveram um desempenho bom no ano, com rendimentos que chegaram a 13,1%.

Já os fundos de euro tiveram rendimentos máximos de 2,3%. O fundo cambial que apresentou a melhor relação entre risco e retorno para o investidor foi o BB Cambial Dólar LP 100 mil. De acordo com os analistas consultados por DINHEIRO, a temporada de dólar alto veio para ficar. “O dólar acima de R$ 2,50 será cada vez mais comum”, diz Fernando Bergallo, gerente de câmbio da TOV Corretora. “O investidor deve recalibrar seus parâmetros, pois, embora alta, a cotação ainda pode subir mais.”

Para Raphael Juan, gestor da BBT Asset, mesmo com os fatores que favorecem ainda mais o aumento do dólar como a melhora da economia americana e o menor crescimento nos mercados emergentes, o investidor não deve concentrar sua carteira em moedas. “O portfólio do investidor em 2015 deve aproveitar o momento de alta taxa de juros brasileira que deverá rondar os 12,50% no final de 2015”, diz Juan. “Títulos públicos pós e pré-fixados, cujo vencimento não ultrapasse 2018, são uma boa pedida.”

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Confira o Especial “Onde investir em 2015”

Um ano desafiador
Equilíbrio à prova
Papéis de fôlego
Surfando na onda
Encarando a queda
Na corda bamba
No ar rarefeito
Salto no escuro
Juros em alta
Em boa companhia
Escalada de lucros
O mapa da selva