18/08/2010 - 21:00
Na ficção, a atriz Maitê Proença, protagonista da novela Passione, encarna a personagem Stela, uma mulher fatal, infiel e devoradora de garotos. Maitê foi também uma das estrelas do programa Saia Justa, um dos ícones do neofeminismo na televisão brasileira. Na vida real, no entanto, ela pode ser feminista ou machista dependendo da direção dos ventos. Há pouco mais de um mês, por exemplo, ela se colocou na pele de uma mulher independente diante da Justiça.
R$ 13 mil por mês: essa é a aposentadoria que Maitê Proença recebe
por jamais ter se casado de papel passado
Embora tenha mantido duas relações estáveis, uma de 12 anos com o empresário Paulo Marinho, a atriz garantiu que jamais foi casada no papel. Dessa forma, conseguiu preservar uma aposentadoria mensal de R$ 13 mil, paga pelo governo paulista às filhas solteiras de ex-servidores públicos.
Na semana passada, no entanto, Maitê fez um apelo ao machismo da sociedade brasileira. Declarando-se simpatizante de Marina Silva e José Serra, ela afirmou que só os “machos selvagens” poderão livrar o Brasil de Dilma Rousseff, numa entrevista concedida à jornalista Sonia Racy, do jornal O Estado de S. Paulo.
“A mulher ainda é tratada como escrava na África, Ásia, países árabes, na maior parte do planeta. Só no Ocidente houve progressos, mas ainda há discriminação. Quem sabe a própria venha a calhar nesse momento de eleições, atiçando os machos selvagens e nos salvando de Dilma?”, sugeriu a atriz.
De certa forma, Maitê coloca-se num papel que já foi exercido por outra atriz global. Em 2002, Regina Duarte apareceu nos programas eleitorais do candidato José Serra dizendo ter medo de uma vitória de Luiz Inácio Lula da Silva – declaração da qual até hoje se arrepende.
O curioso é que, em todas as sondagens eleitorais, Dilma tem mais votos entre os homens do que entre as mulheres. Portanto, se a candidata do PT vier a perder a eleição presidencial de 2010, terá sido mais pelo machismo de mulheres como Maitê do que pelo preconceito dos chamados machos selvagens. Dilma, por sua vez, preferiu não comentar as declarações.