As ações da Apple chegaram a valer US$ 700 no ano passado, o que colocou a fabricante do iPhone e do iPad como a empresa mais valiosa do mundo. Desde janeiro, no entanto, seus papéisvêm sofrendo uma forte desvalorização. Hoje eles estão sendo negociados na casa dos US$ 440, uma queda de quase 40%. Desde o começo do ano, as ações já caíram 20%. Esse mau desempenho na bolsa de valores, porém, é apenas um dos problemas enfrentados atualmente por Tim Cook, CEO da companhia. Na semana passada, investigadores do Senado americano acusaram a Apple de usar sua subsidiária na Irlanda como fachada para evitar o pagamento de impostos nos Estados Unidos. 

 

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Esse “planejamento fiscal” teria gerado uma ecnomia de US$ 44 bilhões nos últimos quatro anos, à custa dos contribuintes americanos. Apesar de não ser ilegal, a prática foi muito criticada. “Uma empresa que alcançou tamanho sucesso graças às oportunidades geradas pela economia dos EUA não deveria transferir seus lucros para o Exterior com o objetivo de evitar o pagamento de impostos”, disse o republicano John McCain, que disputou a presidência dos EUA em 2008. Os problemas da Apple com a Justiça não terminam aí. No dia 3 de junho, a empresa será julgada nos EUA por ter participado, em 2010, de um esquema com cinco editoras para manipular os preços dos livros eletrônicos. A Apple sempre negou as acusações. 

 

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Sob pressão: enquanto tenta se defender das críticas, Tim Cook,

CEO da Apple, vê a coreana Samsung crescer rapidamente

no mercado de smartphones

 

O Departamento de Justiça americano, contudo, divulgou uma série de e-mails enviados por Steve Jobs, um ano antes de sua morte, para James Murdoch, da News Corporation, acertando os valores que seriam cobrados. Segundo os promotores, essa é a prova de que a Apple não só participou, como foi a principal articuladora do esquema. Enquanto a empresa se defende, a concorrência avança. Atualmente, a Apple concentra 57% dos lucros da indústria de smart­phones. A Samsung responde por 47%. Segundo a empresa americana de pesquisas Canaccord Genuity, essa situação deve se inverter já no segundo semestre deste ano. Cadente, a empresa da maçã, definitivamente, já viu dias melhores. 

 

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