Com prejuízo há quatro anos, a Gol divulgou um lucro líquido de R$ 757,1 milhões no primeiro trimestre. O resultado, anunciado na quinta-feira 12, ficou bem acima dos R$ 13 milhões previstos pelo Deutsche Bank, e foi turbinado por eventos não recorrentes, como a devolução de aeronaves arrendadas e a alta do real. Mas o resultado operacional também melhorou. O Ebit subiu 184% ante 2015, para R$ 437,2 milhões. No entanto, o CEO Paulo Kakinoff só deve respirar aliviado na terça-feira 17. É quando ele vai saber quantos credores aceitaram a repactuação de suas debêntures, em uma oferta válida até o dia 1º de junho. Em meio a uma nova reestruturação, e com US$ 780 milhões em jogo, a Gol quer postergar os vencimentos dos títulos, pagando um prêmio que varia entre 20% e 50% e tendo como garantia peças de aeronaves. E, com isso, ganhar tempo para a tão aguardada retomada da economia, estimada para daqui a dois anos. À primeira vista, o mercado gostou: as ações subiram 11% na quinta-feira 12.

Touro x Urso

Na expectativa das primeiras medidas do presidente em exercício Michel Temer e dos prognósticos para a economia chinesa, o mercado manteve um compasso cauteloso ao longo da segunda semana de maio. O Índice Bovespa rondou a casa dos 54 mil pontos, mas não sustentou as altas do início da semana e recuou nos pregões que se seguiram. Os profissionais do mercado consideram muito difícil prever o comportamento das ações.

Bancos

Lucro do BTG Pactual sobe 25,4%

O BTG Pactual anunciou, na terça-feira 10, os resultados do primeiro trimestre. Seu lucro líquido avançou para R$ 1,071 bilhão, uma alta de 25,4% em relação ao mesmo período de 2015. Os recursos sob gestão do BTG Pactual encolheram 37%, a R$ 135,6 bilhões, em comparação com janeiro a março de 2015. No ano, até a quinta-feira 11, as units do banco avançam 26,67%.

Petróleo

Petrobras perde R$ 1,25 bi no trimestre

O prejuízo de R$ 1,25 bilhão da Petrobras no primeiro trimestre, divulgado na quinta-feira 12, surpreendeu o mercado, que esperava um lucro líquido de R$ 3,6 bilhões. O resultado foi impactado pela queda de 37% nos preços do petróleo e pelo recuo de 7% na produção, além de despesas com juros e variação cambial. E ainda por maiores despesas com depreciação e ociosidade de equipamentos, como sondas. O endividamento líquido da estatal em reais caiu 6%, para R$ 369,5 bilhões, mas subiu 3% em dólares, para US$ 103,8 bilhões.

Destaque no pregão

Repetência dos problemas na Estácio

Apesar dos 113 mil novos alunos matriculados de janeiro a março, os resultados da Estácio, capitaneada por Rogério Melzi, vieram piores do que o esperado pelo mercado. Dessa vez os vilões foram as perdas 46,7% maiores com amortizações e depreciações, que atingiram R$ 26,7 milhões, a alta de 74% nos gastos com juros e encargos financeiros, que fez evaporar R$ 34,6 milhões, e o crescimento do endividamento e das despesas com marketing. A receita líquida cresceu 9,8%, para R$ 792,9 milhões, em parte puxada pelo pagamento de juros e multas. No ano, até a quarta-feira 11, as ações ordinárias da Estácio recuaram 12,4%.

Palavra do analista: 
segundo Lucas Marins, da Ativa Corretora, o fato de o valor da mensalidade média mensal ter crescido abaixo da inflação fez mudar o mix de cursos, diminuiu as disciplinas cursadas e aumentou de descontos e bolsas. Isso pode ser uma fonte de preocupação no futuro. A posição da corretora é neutra.

Investimentos

Italianos na direção da EcoRodovias

A holding italiana Gruppo Gazzo anunciou, na quinta-feira 11, a conclusão da aquisição do controle da empresa de concessões rodoviárias EcoRodovias, que administra cerca de 1,8 mil quilômetros de estradas no País. Entre elas, as mais conhecidas são o sistema Anchieta-Imigrantes, que liga a cidade de São Paulo ao litoral, e a Ponte Rio-Niterói. A EcoRodovias registrou lucro líquido de R$ 56 milhões no primeiro trimestre. No ano, as ações ordinárias da EcoRodovias sobem 53,44%.

Mercado em números

LINX
85% - 
Foi a fatia de receitas recorrentes no faturamento bruto da empresa de software no primeiro trimestre

JSL
46,9% - 
Foi a queda no lucro líquido reportado das quatro empresas do grupo dedicado à logística, que recuou para R$ 11,2 milhões

MAGAZINE LUIZA
27,8% - 
Foi o crescimento das vendas do e-commerce da rede varejista no primeiro trimestre, a maior alta registrada em cinco trimestres

SER EDUCACIONAL
R$ 85,9 milhões –
 Foi o lucro líquido da empresa de educação no primeiro trimestre do ano, uma alta de 3,7% em relação ao mesmo período de 2015

PÃO DE AÇÚCAR
R$ 59 milhões –
 Foi o prejuízo do grupo varejista de janeiro a março. O desempenho foi pressionado pela Via Varejo, cujas receitas caíram 11,1%