Gerenciar uma empresa pública como se fosse privada para então reinvestir seu lucro em favor da sociedade. Foi a adoção desse princípio que levou a Empresa de Saneamento do Estado de Mato Grosso do Sul (Sanesul) a sair dos sucessivos prejuízos que amargava até 2006 para um lucro de R$ 109 milhões em 2012, com um faturamento líquido de R$ 244,8 milhões, 12% maior do que no ano anterior. O excepcional resultado de 2012, quando a rentabilidade cresceu 179%, foi também consequência do reconhecimento de um crédito tributário de R$ 54 milhões e do reajuste da tarifa de acordo com a inflação. 

 

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Com esse desempenho, a Sanesul, de Campo Grande, sagrou-se vencedora do ranking setorial de AS MELHORES DO MIDDLE MARKET. Desde que assumiu o comando da estatal, em 2007, o presidente José Carlos Barbosa confiou em dois alicerces para impulsionar o crescimento e estampar o azul no balanço: estabelecer metas de expansão e qualidade de serviço para incentivar os funcionários e não deixar que indicações políticas se sobreponham aos critérios técnicos na tomada de decisões e nas promoções. Advogado e professor universitário, Barbosa reconhece que quando assumiu a Sanesul não tinha experiência em saneamento e buscou nos quadros da empresa os melhores técnicos. 

 

“Formei uma boa equipe com funcionários de carreira e fiz um trabalho de motivação, com o estabelecimento de metas e bônus para quem as cumprisse.” Na época, o tema era tão distante da realidade da empresa que ele precisou elaborar uma cartilha para explicar o sistema de bônus, que chega a premiar com 110% do salário quem conseguir os melhores resultados. Entre as metas, a melhoria da qualidade da água tratada pela empresa, a redução dos custos e dos vazamentos no encanamento. Com mais recursos em caixa a partir da redução do desperdício, a empresa conseguiu ampliar o atendimento. Entre 2007 e 2012, a coleta de esgoto foi ampliada de 18% para 40% das residências.

 

Nesse período, os investimentos no setor somaram R$ 840 milhões, juntando os recursos próprios com os do governo federal. Até o fim de 2014, quando termina o mandato do governador André Puccinelli (PMDB), o plano é investir mais R$ 300 milhões, elevando para 50% a parcela das residências com coleta e tratamento de esgoto. A área de atuação da Sanesul compreende atualmente 68 municípios e 55 distritos de Mato Grosso do Sul, com 485 mil ligações de água. Enquanto a média de ligações no Estado é de 86,5% das residências e prédios comerciais, pouco acima da média nacional de 85%, na área atendida pela Sanesul a cobertura chega a 99%. A meta é levar o serviço para cidades do Estado hoje atendidas por outras empresas, incluindo a capital, Campo Grande.

 

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