Principal negócio do Grupo Ultra, a rede de postos Ipiranga não tem medido esforços para tomar a liderança da BR Distribuidora. Após a compra da rival Ale, por R$ 2,17 bilhões, em junho, a marca deu um novo passo  para alcançar a dianteira no mercado de combustíveis. Na quinta-feira, 4, a rede anunciou a criação de uma empresa de lubrificantes, com a americana Chevron. Pelos termos do acordo, de valor não revelado, a Ipiranga terá uma participação de 56% na joint venture.

Com a transação,  sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a nova operação chegará a uma participação de 22,8% no mercado brasileiro de lubrificantes, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP). O índice aproxima a Ipiranga, hoje a segunda colocada, com 24,2% do setor, da líder BR Distribuidora, que detém uma fatia de 25,4% na categoria.  “O Grupo Ultra está se aproveitando da ineficiência e da lentidão de gigante estatal da BR Distribuidora para ganhar terreno”, diz Adeodato Volpi Netto, analista da Eleven Financial Research. Ele destaca que o acordo reforça a estratégia da Ipiranga em aproveitar sua capilaridade para impulsionar novas fontes de receita.

Na joint venture com a Chevron, um dos motes é turbinar a operação da Jet Oil, sua franquia de serviços automotivos. “O mercado de lubrificantes está crescendo, tem margens muito atrativas e é extremamente lucrativo”, afirma Adriano Pires, consultor na área de petróleo e gás. Netto complementa com uma previsão caso o cenário se mantenha nessa toada: “Quando a BR Distribuidora acordar, não será surpresa se a Ipiranga tiver ocupado o seu espaço.”