25/11/2011 - 21:00
Dos grandes projetos de infraestrutura brasileiros, qual deles é o mais polêmico? Quem pensou na usina hidrelétrica de Belo Monte errou. Apesar dos protestos dos ecologistas, essa é uma obra que já está em curso. Não é o caso do trem de alta velocidade, uma iniciativa ambiciosa que pretende ligar Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro, estimada em R$ 40 bilhões, que já passou por duas tentativas frustradas de sair do papel. Para que ele não descarrile por completo, o governo federal tenta agora uma nova modelagem com o objetivo de conquistar a adesão dos investidores estrangeiros ao empreendimento. Desta vez, a discussão para formatar o novo edital passa por separar a obra em dois tipos de concessão: uma do fornecedor de tecnologia e do operador do serviço e a outra de construção. Segundo o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, os procedimentos tornarão o leilão mais atrativo para os grupos estrangeiros. “Estamos discutindo à exaustão todos os aspectos envolvidos no projeto”, afirmou Passos. “Vamos superar todos os problemas de maneira a mobilizar grande participação dos concorrentes.” De acordo com o ministro, a expectativa é de fazer o novo leilão em agosto de 2012.
Alta velocidade: Trajeto entre Campinas e Rio de Janeiro demoraria uma hora e 33 minutos,
tornando o trem-bala uma opção ao transporte aéreo
O governo parece estar convencido de que, desta vez, conseguirá executar o projeto do trem-bala, como ele é conhecido popularmente. “Se não o fizermos, vamos ter o caos nas ruas, nas rodovias e em nossa infraestrutura aeroferroviária”, afirma Bernardo Guimarães, diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). São várias as vantagens do trem-bala, na visão de Guimarães. Em primeiro lugar, ele vai interligar polos de grande movimentação de pessoas e passará pelos aeroportos de Viracopos (Campinas), Cumbica (Guarulhos) e Galeão (Rio de Janeiro). Eficiência e rapidez são dois dos maiores benefícios do projeto, acredita o chefão da ANTT. A viagem entre Rio e São Paulo, por exemplo, exigirá apenas uma hora e 33 minutos no serviço sem paradas, o que já o coloca como uma boa opção ao transporte aéreo. De acordo com Guimarães, a nova modelagem do projeto, que ainda será objeto de audiências públicas, já mobilizou o interesse de pelo menos seis grupos de investidores internacionais, como o alemão Siemens, o espanhol Tago, o francês Alstom, o coreano Hyundai, o japonês Mitsui e o chinês CRM.