Apesar do aumento da sinistralidade em geral, a alta dos juros ao longo do ano garantiu à BB Seguridade um bom resultado financeiro no terceiro trimestre. A empresa trata dos seguros, da previdência e da capitalização do Banco do Brasil (BB), e lucrou R$ 987,7 milhões entre julho e setembro, um aumento de 20% em relação ao mesmo período de 2014. O ganho financeiro da empresa presidida por Marcelo Labuto foi de R$ 268 milhões, alta de 32,7% em relação a 2014. Segundo a BB Seguridade, a melhora dos resultados financeiros foi consequência da expansão da carteira administrada e da maior rentabilidade dos ativos nas reservas técnicas. A companhia vem surfando no crescimento sustentado dos seguros no Brasil, apoiada pela potência da rede de distribuição do Banco do Brasil.

Pagamentos

A virada da CSU

Em termos absolutos, o lucro de R$ 11,6 milhões entre janeiro e setembro de 2015 é pequeno. Mas o resultado supera o ganho de todo o ano de 2014. O faturamento cresceu para R$ 117 milhões no terceiro trimestre, alta de 15% ante 2014. A empresa presidida por Marcos Ribeiro Leite iniciou um processo de virada há dois anos e os resultados começam a ser colhidos, dizem os analistas. “A CSU soube se proteger da sazonalidade e principalmente da deterioração da economia”, escreveram os analistas da companhia de análise independente Eleven.

Touro x Urso

Volúvel como sempre, o mercado saudou, em meados da semana, os rumores de substituição do ministro Joaquim Levy pelo ex-presidente do Banco Central (BC) Henrique Meirelles na pasta da Fazenda. Meirelles, que conduziu com maestria o BC durante os oito anos de governo de Luiz Inácio Lula da Silva, conta não apenas com a simpatia do ex-presidente, mas é considerado um nome com boa interlocução no mercado internacional. Meirelles também seria mais favorável a uma política de expansão do crédito para reativar a economia. Essa receita é bem vista pelos profissionais de mercado. Para eles, um crédito mais frouxo será capaz de melhorar os resultados das companhias listadas na Bolsa.

Destaque no pregão

Magazine Luiza com desconto

Os acionistas da Magazine Luiza estão acostumados com descontos, e não apenas nos eletrodomésticos. Em 2015, até a terça-feira 10, as ações da empresa presidida pela carismática Luiza Trajano amargaram uma perda de 82,4%, recuando 11% apenas em novembro. O que motivou a baixa foi a preocupação do mercado com a deterioração do crédito e o seu impacto na LuizaCred, financeira ligada ao grupo. No entanto, quem gosta de risco e não tem pressa pode encontrar boas oportunidades com as ações da companhia varejista.

Palavra do analista: 
Segundo Marcel Moraes, do Deutsche Bank, as ações estão sendo negociadas como se a Magazine Luiza estivesse em crise, o que não é o caso. Sua posição forte no interior de São Paulo torna seus resultados mais resilientes. O banco recomenda a compra dos papéis.

Consumo

As vendas da Natura

Um relatório do Deutsche Bank da segunda-feira 9 avaliou os resultados da Natura. Apesar do bom crescimento das vendas fora do Brasil e da desvalorização do real, o banco questiona se as ações, que subiram 17,4% em outubro e mais 3,6% em novembro até a quarta-feira 11, fechando a R$ 23,75, não estariam perto do preço justo. Segundo o banco, o cenário econômico brasileiro pode afetar as vendas e o resultado, especialmente devido à alta dos juros, que aumentaram as despesas financeiras. O banco estima uma relação preço/lucro de 16,4, considerada elevada.

Mercado em números

RENDA FIXA
R$ 2,1 bilhões –
 Foi o total captado pelas empresas no mercado de capitais local em outubro. No ano, o total captado foi de R$ 87,3 bilhões, o menor volume em sete anos

PROFARMA
R$ 1,31 bilhão –
 Foi a receita bruta da empresa de venda de medicamentos e cosméticos no terceiro trimestre, uma alta de 13,2% em relação a 2014

FRAS-LE
R$ 321 milhões - 
Foi o faturamento da fabricante de autopeças no terceiro trimestre, um ganho de 19% em relação ao mesmo período de 2014

BEMATECH
R$ 112,6 milhões - 
Foi o faturamento recorrente da empresa de tecnologia para o varejo no terceiro trimestre, em linha com o mesmo período do ano passado

ABC BRASIL
R$ 95,9 milhões –
 Foi o lucro líquido recorrente do banco de médio porte no terceiro trimestre de 2015, um aumento de 6,4% em relação ao trimestre anterior