11/09/2015 - 20:00
O prematuro rebaixamento da classificação de risco brasileiro, anunciado pela agência Standard & Poor’s na quarta-feira 9, derrubou as ações. No entanto, algumas empresas subiram com a notícia, entre elas a JBS. O fato de 84% do faturamento do frigorífico ser denominado em dólares animou os investidores, que já contabilizam ganhos mais gordos tendo em vista os prognósticos de novas depreciações do real. A internacionalização da empresa, que tem muitos negócios nos Estados Unidos, também foi um fator que sustentou a alta dos papéis.
Touro x Urso
O rebaixamento da classificação de risco do Brasil foi seguido por uma baixa da nota de 17 empresas abertas, das quais 14 foram rebaixadas para o investimento especulativo. Dez companhias, porém, nomes como Ambev, Cielo, Ultrapar e Vale, conseguiram manter o grau de investimento, preservando uma classificação de risco acima da nota da República. Os prognósticos para a bolsa são ruins. Apesar de a queda no primeiro pregão ter sido pequena, as companhias brasileiras deverão ter dificuldade para captar recursos no mercado internacional.
Concessões
Caminho travado para a CCR
Os papéis da empresa exploradora de concessões CCR foram prejudicados ao longo da semana devido a uma decisão judicial que antecipou o fim da concessão das rodovias do sistema Anhanguera-Bandeirantes, que liga São Paulo ao interior do Estado, para 2018. O prazo anterior havia sido prolongado por 20 anos em 2006, por meio de um aditivo ao contrato original assinado pelo então governador Cláudio Lembo. Essas duas rodovias respondem por 62% do faturamento com pedágios da CCR, e a redução do prazo poderá custar R$ 7 bilhões à companhia. Na quinta-feira 10, a CCR informou que necessita de mais seis anos para recuperar o capital investido. No mês, as ações recuam 10,3%.
Sistema financeiro
Nota baixa para os bancos
Na esteira do rebaixamento da nota brasileira, os maiores bancos listados em bolsa também perderam seu grau de investimento. Apesar de afirmar, em sua nota, que a dependência dos bancos brasileiros do exterior é “razoavelmente baixa”, a agência Standard & Poor’s informou que “raramente” concede aos bancos uma nota acima do rating soberano. Dentre as instituições listadas em bolsa, apenas o banco ABC manteve o grau de investimento, mas sua perspectiva foi rebaixada para negativa.
Quem vai lá
CVM aprova OPA da Cia. Providência
A Cia. Providência, empresa paranaense produtora de não-tecidos, presidida por Hermínio de Freitas, informou na terça-feira 8 que foi autorizada pela CVM a realizar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) para fechar seu capital. O leilão está marcado para o dia 13 de outubro, e a intenção da americana PGI, novo controlador da Providência, é comprar todas as ações em circulação no mercado. No ano, as ações acumulam uma alta de 21,2%
Destaque no pregão
BM&F vende ações da CME
A BM&FBovespa, presidida por Edemir Pinto, anunciou, na quarta-feira 9, que havia vendido 3,4 milhões de ações da Chicago Mercantile Exchange, a CME, cerca de 20% de sua participação na bolsa americana, com um ganho estimado em R$ 450 milhões. Agora, a BM&F possui 13,6 milhões de ações da CME. Os recursos ficarão no caixa por enquanto. No mês, as ações da BM&F sobem 5,4%
Palavra do analista:
segundo Tito Labarta, do Deutsche Bank, apesar do lucro com a venda, o volume de negócios permanece fraco, devido às condições do mercado. Ele recomenda Manter as ações da BM&F.
Mercado em números
Magazine Luiza
8 para 1 – É a proporção do grupamento das ações da rede de varejo, que será realizada para reduzir a volatilidade dos papéis em bolsa
Tempo Particip.
85% - Foi o percentual de adesão dos acionistas à Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pelo fundo de private equity americano Carlyle
General Shopping
US$ 250 milhões – É o total da emissão de bônus perpétuos emitidos no exterior por uma controlada da empresa de shoppings, e que poderá ser recomprada em parte
Valid
9 milhões - É o total de ações da empresa de serviços financeiros que será oferecida ao mercado em uma oferta restrita, divulgada na terça-feira 8
Banco Pine
500.000 - É o total de ações do banco adquiridas no programa de recompra lançado pelo banco em junho e encerrado na terça-feira 8