02/12/2022 - 3:20
Como foi o início da Fatorial Investimentos?
A Fatorial Investimentos foi fundada em 2015. Como empreendedor no mercado, comecei a empresa no escritório da minha casa sem nenhum funcionário ou sócio e hoje tenho mais de 50 pessoas trabalhando comigo. Atualmente, a Fatorial assessora R$ 2,8 bilhões em investimentos no Brasil e no exterior.
Diante da inflação elevada e do Ibovespa em baixa, qual seria a melhor alternativa para o investidor lucrar no próximo ano?
Entraremos em 2023 em um cenário de pouca visibilidade no Brasil para os ativos locais e de incertezas no cenário internacional com a inflação e o aumento de juros nos EUA e na Europa. No Brasil, temos a vantagem de investimentos atrelados a alguns indicadores da renda fixa (como CDI e Selic) com taxas acima de dois dígitos, além de títulos atrelados à inflação com taxas acima de 5%. Desse modo, o mais prudente é manter os recursos em liquidez. É possível aproveitar taxas elevadas em títulos isentos em renda fixa (CRI, CRA e debêntures). Na renda variável, o interessante é comprar ações atreladas ao setor exportador. Por fim, há a alternativa de alocar o patrimônio em fundos de investimento em private equity e venture capital.
O mercado pode esquecer a possibilidade de rali de fim de ano por causa da atual transição de governo?
A transição está trazendo bastante volatilidade para os ativos na Bolsa frente às incertezas sobre os juros futuros. Porém, com a elevação das taxas, os ativos estão mais descontados em relação ao período anterior à eleição e por isso se tornando mais atrativos. Para que tenhamos um rali de fim de ano positivo, precisaremos de mais previsibilidade sobre os planos do governo para manutenção do equilíbrio fiscal no período entre 2023 e 2026. A falta desses elementos aumenta as incertezas, levando os investidores a evitarem alocações em risco.
Quais serão os maiores desafios para quem vai investir ao longo de 2023?
Com a dificuldade da leitura do cenário de 2023 até o momento, a volatilidade testará a paciência do investidor na maioria das classes de ativos, exceto para os investidores de renda fixa pós-fixada (Selic ou DI). Assim, com o andamento do ano, as classes de ativos devem convergir para o cenário proposto pelo novo governo: em caso de aumento do risco fiscal, perda de valor de ativos de risco. Caso contrário, uma performance positiva para títulos atrelados à inflação, fundos imobiliários e Bolsa.
NOTAS
Guide lança fundos de ações e crédito
A Guide informou na sexta-feira (25) que lançou fundos para diversificar seu portfólio. Dois deles são o Guide Ações e o Seleção Guide Crédito Privado, que irá compor a família de fundos seleção na asset. O primeiro é proveniente de uma compra de carteira de clientes e fundos de investimentos pela Guide, ocorrida no início do ano. Já o segundo é um fundo de fundos que tem como objetivo superar a taxa DI. O aporte mínimo dos dois é de R$ 100 por cota.
Plataforma do BTG fará transferência em cripto
A plataforma do BTG Pactual, Mynt, fará transferência em criptomoedas, seja das contas da Mynt para outras corretoras ou das demais casas para a exchange, informou o banco na terça-feira (29). As moedas disponíveis para esta modalidade são bitcoin, ether, solana, polkadot e cardano. “Estamos trazendo essa novidade para descomplicar o investimento em cripto, em um ambiente seguro e confiável”, disse o head de Digital Assets da instituição, André Portilho.
SRM fecha parceria para certificação ESG
A SRM Ventures, uma venture capital focada em fintechs, informou na segunda-feira (28) que fechou uma parceria com a ESGreen para certificar todos os clientes que buscam investimento em seu fundo ESG. O montante disponível para aportes está avaliado entre R$ 100 milhões e R$ 500 milhões. Para o head da SRM, André Szapiro, o acordo foi positivo. “Temos ciência de como é realizado o trabalho da ESGreen, e vamos levar em conta esse background”, disse.
Câmara aprova regulação do mundo cripto

A Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira (29) o marco regulatório das criptomoedas no Brasil (Lei 4401/21). O projeto cria o crime de estelionato em ativos virtuais, com pena de dois a seis anos, além de uma multa. A proposta também obriga os prestadores de serviços virtuais a terem uma certificação. A nova lei segue para assinatura presidencial. As empresas terão 180 dias após a sanção para se adaptar às novas regras. O tema mais polêmico da proposta, a segregação de ativos, foi rejeitado.
O trecho previa a separação dos ativos das corretoras e dos clientes. Para o sócio do VBSO Advogados Erik Oioli, a rejeição da segregação de ativos foi negativa. “O fator ganhou relevância por conta de problemas vistos com a corretora FTX”, disse. Já para a especialista Raquel Viera, da Top Gain, o projeto foi inteiramente bom. “Foi muito positivo para o investidor, que agora estará protegido com base na lei.”
EM ALTA
18%
Foi a alta do faturamento do setor de franquias no terceiro trimestre de 2022 na comparação com o mesmo período do ano passado, mostram dados divulgados pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) na sexta-feira (25). O faturamento do setor subiu de R$ 47,385 bilhões para R$ 56,256 bilhões no período. Na comparação entre os mesmos meses de 2020, a variação positiva foi ainda maior, de 28%. Já em relação ao período pré-pandemia, o avanço é de 19,2%.
EM BAIXA
US$ 2 bi
Foi a redução das reservas cambiais internacionais em outubro de 2022, que ficaram em US$ 325,5 bilhões de acordo com dados divulgados pelo Banco Central no Boletim Mensal sobre o Setor Externo publicado no último dia 25. O resultado decorreu, primordialmente, de vendas líquidas de US$ 1 bilhão em operações de linhas com recompra, e contribuições negativas das variações de preços, US$ 823 milhões, e de paridades, US$ 166 milhões. A receita de juros totalizou US$ 576 milhões no período.