06/03/2013 - 21:00
Na manhã da sexta-feira 1º, o IBGE confirmou o que todos já sabiam. O Produto Interno Bruto (PIB) do País cresceu apenas 0,9% em 2012, totalizando R$ 4,4 trilhões. As maiores decepções ficaram por conta do setor industrial e da Formação Bruta de Capital Fixo. Este último indicador, considerado um termômetro da confiança do setor produtivo, teve retração de 4% no ano passado. Com isso, a taxa de investimento em relação ao PIB encolheu de 19,3%, em 2011, para 18,1%. Ao comentar o resultado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reconheceu que o resultado ficou aquém do esperado. “Foi um PIB fraco, abaixo das nossas expectativas”, afirmou Mantega. “Porém, com trajetória de aceleração, que vai continuar em 2013.”
Adeus, Pibinho: o movimento nas estradas é um indicador de retomada econômica
De fato, economistas estão ignorando o retrovisor. Para eles, 2012 é passado e algumas pistas sinalizam um futuro mais promissor. Na lista, destaque para a safra agrícola recorde, o baixo volume de estoques nas indústrias e a alta na produção de papelão ondulado. Acrescentem-se aí um consumo maior de energia, o recorde de vendas de carros em janeiro e a expansão no movimento de veículos nas estradas (veja quadro). “O componente que mede as expectativas dos empresários tem se mantido em patamar elevado, sugerindo otimismo em relação à retomada da atividade doméstica”, diz o Bradesco, em relatório distribuído a clientes. Aos poucos, o mercado começa a melhorar suas estimativas para 2013.
Na semana passada, o boletim Focus, elaborado pelo Banco Central a partir das projeções de 100 instituições financeiras, elevou para 3,10% a previsão para o PIB. Mais otimistas, a LCA Consultores e o banco Credit Suisse apostam em 3,5% e 4,0%, respectivamente. Nesta quarta-feira 6, ainda sob a ameaça do descontrole da inflação, o Comitê de Política Monetária do BC anunciará se altera ou não a taxa básica de juros, de 7,25% ao ano. “Não faz o menor sentido elevar os juros logo após o pibinho de 2012”, diz José Francisco Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator. Ele diz que a hora é de estimular o ânimo dos empresários, e salienta que a aceleração do pacote de concessões em infraestrutura é a melhor forma de atrair investimentos.