05/11/2021 - 12:00
Ao comentar os resultados do terceiro trimestre, o presidente-executivo do Itaú Unibanco, Milton Maluhy, frisou dois pontos. O primeiro é que o banco avançou bastante em seu processo de transformação digital. O segundo é que ainda resta muito a fazer. “Finalizamos várias mudanças, como a redução dos níveis hierárquicos da organização e a migração de cerca de 50% de nossos processos para a nuvem”, afirmou Maluhy.
Ao apresentar um lucro líquido ajustado de R$ 6,8 bilhões no terceiro trimestre, o Itaú Unibanco demonstrou que conseguiu manter positivos os resultados. No entanto, cauteloso com as palavras como todo banqueiro, Maluhy não garantiu a manutenção desse desempenho nos próximos trimestres. O executivo se absteve de antecipar o guidance dos resultados de 2022. Mesmo assim, afirmou que a esperada desaceleração da economia deverá trazer um cenário mais desafiador.
R$ 6,8 bi foi o lucro ajustado no terceiro trimestre de 2021
O lucro líquido ajustado aumentou 3,6% em relação ao último trimestre e 34,8% maior que o resultado apresentado no terceiro trimestre de 2020. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) foi de 19,7% no trimestre, uma melhora tanto frente aos 18,9% do trimestre anterior quanto em relação aos 15,7% do mesmo período de 2020. Esse indicador caiu muito no primeiro trimestre de 2020, atingindo 12,8% e se reaproximou da média histórica do banco, mas ainda abaixo dos 23,7% do quarto trimestre de 2019, pré-pandemia. Já a carteira de empréstimos cresceu para R$ 962,3 bilhões, alta de 5,9% em relação ao trimestre anterior e de 13,6% em comparação com o terceiro trimestre de 2020.
O economista chefe da instituição financeira, Mario Mesquita, divulgou no dia 25 de outubro que o Itaú Unibanco revisou para baixo suas expectativas para a economia. Agora o banco espera uma retração de 0,5% no Produto Interno Bruto (PIB) no ano que vem. É um cenário pior do que a média do mercado A edição mais recente do Relatório Focus, do Banco Central, ainda indica estimativas de crescimento de 1,2%. Mesmo que o desempenho observado da economia não justifique o conservadorismo do banco, Maluhy se mantém cauteloso. “Se a economia encolher 0,5%, se apresentar um crescimento zero, ou mesmo se registrar uma leve expansão, isso não trará nenhuma alteração significativa no cenário para nossas atividades”, afirmou.
34,8% foi o avanço ante o mesmo período de 2020
CRÉDITO IMOBILIÁRIO O banco mantém os empréstimos imobiliários como um dos principais vetores para o aumento do cross sell, a intensificação do relacionamento com os clientes. Mesmo assim, o presidente-executivo afirmou esperar uma desaceleração na concessão desses empréstimos. “Já estamos notando uma redução nas margens”, disse. Para o presidente da instituição, o cenário permanece positivo no longo prazo devido ao déficit habitacional brasileiro.
Mesmo não apresentando o guidance, Maluhy afirmou que o principal vetor de crescimento dos resultados do banco no futuro próximo serão as receitas de serviços e de seguros e não concessão de financiamento. “Notamos que havia espaço para ser ocupado nos seguros e estamos nos movendo nessa direção.”