14/09/2013 - 7:00
A operadora de telefonia americana Verizon gosta de bater recordes. Na quarta-feira 11, dez dias depois de ter anunciado o terceiro maior negócio da história do mercado de fusões e aquisições, a compra dos 45% de sua subsidiária que pertenciam à inglesa Vodafone, a Verizon estabeleceu outra marca histórica ao realizar a maior emissão de bônus dos Estados Unidos, captando US$ 49 bilhões com títulos de renda fixa com prazos de três a 30 anos. Não foi uma transação barata.
No caso dos bônus com prazo de dez anos, a Verizon teve de pagar um prêmio de 225 pontos-base (centésimos de ponto porcentual) por ano acima da remuneração dos títulos do Tesouro americano de prazo equivalente. Em comparação com outros títulos com classificação de risco semelhante, no caso a BBB, indicando baixa probabilidade de calote, a Verizon pagou 47 pontos-base acima da média. Apesar do preço mais elevado, a conclusão do negócio mostrou ao mercado que o medo dos investidores em relação a títulos de longo prazo e a emissões de grande porte se dissipou. Prova disso é a demanda elevada. Na quinta-feira 12, o primeiro dia de negociações no mercado secundário, os papéis, que foram emitidos cotados a 99,883 centavos de dólar por dólar de valor de face, subiram para 105,714 centavos, uma alta de 5,84%.
Considerando apenas os US$ 15 bilhões em papéis de 30 anos, os investidores obtiveram um lucro de US$ 2,1 bilhões em um único dia. Mais do que ajudar a Verizon a quitar o empréstimo-ponte, de US$ 65 bilhões, fechado com quatro bancos americanos para pagar a Vodafone, o lançamento confirma uma mudança na percepção. Desde abril, quando a Apple realizou sua primeira emissão de dívida e captou US$ 17 bilhões, os analistas afirmavam que o mercado estava aberto para papéis de boa qualidade. Isso beneficia também as grandes empresas brasileiras com boa classificação de risco que quiserem se aventurar a captar alguns – ou muitos – dólares em Wall Street.