03/07/2020 - 9:30
Chi a buon albero s’appoggia, buon ombra lo ricopre. O antigo ditado italiano (Quem a boa árvore se acolhe, boa sombra o cobre) poderia explicar as razões que têm inspirado empresários italianos a investir no Brasil, a despeito da crise. A liberação de mais de 400 milhões de euros do governo da Itália neste ano para que micro e pequenas empresas do país se internacionalizem vai trazer uma legião de companhias para o mercado brasileiro, segundo o presidente da Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio, Indústria e Agricultura (Italcam), Graziano Messana. Pelos seus cálculos, há um potencial de investimento de R$ 550 milhões neste segundo semestre e de mais de R$ 8 bilhões em 2021, puxado por companhias como TIM, Enel, Pirelli, Fiat Chrysler (FCA) e a grife Intimissimi. Atualmente, há 972 empresas italianas em atividade no Brasil. “A Itália está com muito mais apetite por investir no Brasil. Como o País está atrasado na superação da crise em relação a outras economias, e o câmbio está maravilhoso aos estrangeiros, os ativos estão baratos e há oportunidades em muitos setores”, afirma o siciliano Messana. Segundo ele, a pandemia desencadeou uma grande injeção de euros por parte dos governos e bancos centrais no capital das empresas italianas, que agora querem expandir para novos mercados. “Além de estar capitalizado e disposto a expandir, o empresário italiano é acostumado a crises, oscilações e a fortes emoções nos negócios. Há muita semelhança e afinidade cultural entre Itália e Brasil.”
(Nota publicada na edição 1178 da Revista Dinheiro)