No dia 12 de julho, o empresário venezuelano Andrés Moreno, 31 anos, saboreava seu café da manhã no restaurante de um hotel na região da avenida Paulista, no centro financeiro da cidade de São Paulo. O ato trivial para boa parte dos mortais dificilmente transcorreria em tamanha tranquilidade se ocorresse em outra capital latino-americana como Buenos Aires, Caracas ou Bogotá. Nessas cidades, Calvito, como é mais conhecido, tornou-se uma celebridade. Sua fama cresce na proporção do sucesso da Open English, rede de ensino de idiomas na internet avaliada em US$ 350 milhões, fundada por ele, em 2008, e da qual é o CEO. A expectativa é fechar o ano com receita de US$ 100 milhões. 

 

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Garoto-propaganda: estrela dos comerciais de sua empresa, Moreno é reconhecido

na rua em alguns países da América Latina

 

“As pessoas querem tirar fotos comigo para postar nas redes sociais”, diz o empresário. A notoriedade de Moreno não é de se estranhar, se considerarmos a sua exposição nos canais de televisão dos principais países do continente. Há quatro anos, ele atua como garoto-propaganda da Open English. Nos comerciais, redigidos por seu time de marketing, ele interpreta, de forma desajeitada, o papel de um aluno de inglês. Moreno não é apenas o queridinho dos telespectadores, mas também dos investidores americanos. Em seis anos, ele conseguiu levantar US$ 120 milhões para o seu negócio. Sua entrada no Brasil aconteceu no começo de 2012, e agora já conta com 20 mil alunos. 

 

O sucesso despertou a atenção de outros fundos de investimentos que fizeram um aporte adicional de US$ 65 milhões, neste ano, para financiar o crescimento por aqui. A estratégia é apostar fortemente em marketing. A Open English já figura como um dos dez maiores anunciantes da tevê por assinatura brasileira e, no segundo semestre, vai estrear também na tevê aberta. O empresário é uma perfeita tradução do sonho americano de prosperidade. Filho de diplomata, viveu em nove países. Teve de aprender a assimilar idiomas rapidamente. Em vez de seguir a carreira do pai, Moreno optou por estudar engenharia. Largou o curso no último ano e se mudou para a casa de um amigo na região do Vale do Silício, na Califórnia. “Cheguei lá com US$ 700 no bolso e disposição para vencer”, afirma.

 

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