01/07/2016 - 20:00
Os acionistas minoritários da Hypermarcas, presidida por Cláudio Bergamo, fora pegos de surpresa por uma notícia ruim na semana passada. As informações de que Nelson Mello, um ex-diretor da Hypermarcas, teria pago R$ 30 milhões a dois lobistas para oferecer propinas a senadores do PMDB, fizeram o valor da empresa encolher R$ 3,16 bilhões, ou 17,6%, em três pregões, até a quinta-feira 30. Os esclarecimentos da Hypermarcas estão em dois comunicados. No primeiro, da terça-feira 28, ela informou ao mercado que, após uma auditoria, Mello se comprometeu a devolver o dinheiro. No segundo, da quarta-feira 29, ela informou que quem contratou a JD Consultoria, do ex-ministro José Dirceu, para realizar análises do cenário econômico e político brasileiro, foi a Monte Cristalina, do empresário João Alves de Queiroz Filho, o Júnior, e não a Hypermarcas. Vale lembrar que Júnior possui várias empresas, incluindo 80% da Igarapava Participações, que, por sua vez, é a principal acionista da Hypermarcas, com 20,3% das ações.
Touro x urso
Apesar da volatilidade, o primeiro semestre de 2016 foi um período positivo para a Bolsa. Na quinta-feira 30, a alta acumulada do principal indicador do mercado era de 18,9%, abaixo dos máximos do período, mas ainda assim um desempenho respeitável. Os prognósticos para os próximos meses melhoraram com a saída da Inglaterra da União Europeia, que deverá manter os juros internacionais mais baixos por mais tempo.
MINERAÇÃO
Vale vende navios
A Vale anunciou, na quinta-feira 30, que vendeu três navios do tipo VLOCs, com capacidade de transportar 400 mil toneladas de minério, para um consórcio ligado ao Industrial and Commercial Bank of China. Os navios foram vendidos por US$ 269 milhões, que serão pagos em agosto. A Vale quer se desfazer de mais navios para reduzir suas dívidas. No ano, as ações sobem 27,12%
Petróleo
Lupatech perde recuperação judicial
Credores da Lupatech, fornecedora de equipamentos e serviços para a indústria de óleo e gás, conseguiram anular o plano de recuperação judicial da empresa, aprovado em dezembro de 2015. Em fato relevante divulgado na terça-feira 28, a companhia informou que aguarda as decisões da 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial e que “tomará as medidas cabíveis para fazer valer a vontade da maioria dos seus credores em assembleia.” No primeiro semestre, as ações caíram 8,7%
PAPÉIS AVULSOS
Cenário apertado para os bancos
Os bancos brasileiros permanecem sólidos e rentáveis, mas terão de trabalhar dobrado para fazer frente ao impacto do Brexit, a decisão do Reino Unido de se desligar da União Europeia. Essa é a conclusão de um relatório do Deutsche Bank da quarta-feira 29. O crescimento dos empréstimos perdeu fôlego e a parcela das provisões para devedores duvidosos deverá crescer mais um pouco. No entanto, para o Deutsche, os papéis de bancos estão baratos. Ações como a do Banco do Brasil, de Paulo Caffarelli, poderão ser beneficiadas no caso de uma recuperação mais acelerada ou acentuada da economia.
EDUCAÇÃO
Anima chega a 100 mil alunos
A Anima Educação desembolsou R$ 46 milhões para comprar a Alis Educacional, que controla duas universidades em Minas Gerais e, com isso, reforçar sua presença no Ensino a Distância (EAD). A aquisição faz com que o número de alunos da Anima suba para 100 mil. De acordo com o fato relevante divulgado na quarta-feira 30, a Alis Educacional encerrou 2015 com receita líquida de R$ 37,2 milhões e Ebitda Ajustado de R$ 6,9 milhões. No primeiro semestre, as ações subiram 6,18%.
(Nota publicada na Edição 974 da Revista Dinheiro)