A estagnação da economia brasileira, nos últimos dois anos, já começou a afetar o mercado de trabalho. Na indústria, por exemplo, o número de vagas caiu 3,2% no ano passado, em comparação a 2013. Para as empresas certificadas pelo Top Employers Institute, no entanto, a palavra demissão não faz parte do vocabulário. Todas as companhias ouvidas pela DINHEIRO afirmaram que manterão o quadro de funcionários neste ano, ainda que os negócios não tenham boas perspectivas de crescimento. No caso da Takeda, fabricante japonesa de medicamentos, inclusive, a expectativa é de contratar.

“Estamos lançando dois novos produtos no Brasil e já contratei mais de 20 pessoas nos últimos dois meses”, afirma Ricardo Marek, presidente da empresa na América Latina. Um ambiente econômico mais hostil, no entanto, deverá afetar a bonificação dos funcionários, já que, em grande parte, os ganhos dependem do desempenho da empresa. Sem o bônus ou a participação nos lucros, no final do ano, pode haver frustração. Segundo Marek, a chave para encontrar um modelo justo de remuneração é a transparência.

“As metas têm de ser claras, atingíveis e de conhecimento de todos”, diz o executivo. A chamada curva forçada, método que obriga os gestores a definirem quem ganha mais e quem ganha menos com base no desempenho individual, que é uma das bases da meritocracia, é adotada por todas as empresas – mas não a ponto de determinar que os piores sejam sumariamente demitidos. O objetivo é manter a grande maioria na parte central da curva. A forma de remunerar o pessoal não segue um padrão rígido na maioria das empresas.

Na Cyrela, há uma política forte de premiações, como viagens para Dubai, nos Emirados Árabes, em companhia do presidente da construtora, Raphael Horn. “As pessoas se sentem mais realizadas com esse tipo de prêmio”, afirma Renata Moura, diretora de RH da empresa. Os incentivos podem se estender à família dos funcionários. No SAS, empresa de software de inteligência, filhos de colaboradores que passam o ano todo somente com notas acima de oito no boletim ganham o equivalente a uma mensalidade da escola. O dinheiro é entregue aos pais em uma cerimônia realizada na companhia, com a presença das crianças.

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