Touro x Urso

A Bolsa deve ser afetada na próxima semana pelo mau humor provocado pela perda do grau de investimento, anunciado na terça-feira 23, pela Moody’s. Embora esperados, o rebaixamento da nota (de Baa3 para Ba2) e a perspectiva negativa, indicando mais baixas, podem prejudicar as ações, especialmente das empresas de capital misto. A agência tirou o selo de bom pagador do Brasil pelos mesmos motivos das concorrentes Fitch e S&P. A saber, a deterioração dos indicadores de dívida em um cenário de baixo crescimento e os entraves políticos que dificultam o ajuste fiscal. No relatório assinado pela analista Anne Van Praagh, a Moody’s diz que um novo rebaixamento seria resultado de “uma falha coletiva por parte do Congresso e do governo em constituir uma estabilização crível e uma agenda de reformas no próximo ano, levando a uma perda adicional de confiança por parte do investidor, uma erosão dos colchões de liquidez externos e um alto nível de incerteza política”. O investidor também deve ficar atento às repercussões da operação Zelotes, que está de olho na Gerdau, uma das ações mais negociadas do Ibovespa.

Quem vai lá

De saída, Daycoval ganha mais

Em 2015, o lucro líquido recorrente do Daycoval cresceu 17,1%, para R$ 360,5 milhões, enquanto a carteira de crédito ampliada avançou 10,1% para R$ 14 bilhões, com destaque para o financiamento de empresas. A captação subiu 13,7% nos últimos 12 meses, atingindo R$ 15,5 bilhões. Essa pode ser uma das últimas demonstrações de resultado do Daycoval, que deve fechar o seu capital até meados do ano. “Foi bom durante oito anos, mas o preço das ações não refletia mais a realidade dos nossos balanços, sem falar que a liquidez estava muito baixa”, diz Ricardo Gelbaum, diretor de RI.

Investimento

Cetip registra avanço dos títulos em dólar

Os investidores estão cada vez mais familiarizados com os certificados de operações estruturadas (COE). Segundo levantamento feito pela Cetip, em 2015, houve um aumento de 39,3% do volume negociado por esses papéis, para R$ 8,7 bilhões, em relação ao ano anterior. Com isso, o estoque cresceu 101,5%, para R$ 7,7 bilhões. “A maior parte dos COEs negociados tinha taxa de câmbio atrelado”, explica Fabio Zenaro, superintendente da Cetip. “O mercado primário de COE ainda está se desenvolvendo”, diz o executivo.

Seguradora

Resultado em alta na SulAmérica

O lucro líquido recorrente da SulAmérica cresceu 23,1%, em 2015, para R$ 683,8 milhões, porém, o desempenho no quarto trimestre foi negativo, com recuo de 16,8% para R$ 246,7 milhões. Os prêmios de seguros subiram 13,4% para R$ 15,3 bilhões e a sinistralidade ficou em 74,6% no ano. Já o patrimônio líquido total alcançou R$ 4,4 bilhões, segundo resultado divulgado quarta-feira 24.

Destaque no pregão

Lucro líquido do BB sobe 2,2%

O lucro líquido ajustado do Banco do Brasil alcançou R$ 11,59 bilhões em 2015, alta de 2,2% ante o ano anterior. No entanto, na comparação do quarto trimestre com o mesmo período de 2014, houve queda de 12,3%, para R$ 2,64 bilhões, segundo dados divulgados na quinta-feira 25. Já o crescimento da carteira de crédito ficou aquém das expectativas do banco presidido por Alexandre Abreu. O avanço de 5,9%, para R$ 814,78 bilhões, não atingiu a meta de 7% a 11%. Não por acaso, a projeção para 2016 está mais conservadora: crescimento entre 3% e 6%. O BB espera um avanço de 7% a 11% da margem bruta financeira neste ano, ante uma alta de 13,3% em 2015. “Esperávamos um lucro maior; erramos, devido ao aumento das provisões, às renegociações de dívidas, ao resultado fraco de seguros e à queda do ROE”, diz Philip Finch, do UBS.

Palavra do analista:
Para Philip Finch, estrategista do UBS, os números do BB devem se traduzir em um resultado negativo no mercado. Em relatório distribuído a clientes, ele esclarece que a ação do banco não é uma das queridinhas da casa, devido a incertezas quanto à qualidade de seus ativos. Mesmo assim, a avaliação é neutra para os papéis, que têm como preço alvo R$ 20.

Energia

AES Tietê aparece no radar

Após o apagão na Bolsa, as ações das empresas de energia estão voltando ao radar das corretoras e dos investidores. Uma delas é a AES Tietê que entrou para a carteira recomendada da Geral Investimentos. Segundo o analista William Gonçalves, a empresa possui baixa alavancagem e 88% da energia está contratada por um valor superior ao do mercado spot. O preço alvo das ações, segundo o mercado, é de 
R$ 16,89, mas estão a R$ 14,30.

Mercado em números

BRASKEM
R$ 45 milhões –
 É o valor do investimento em sua unidade de Petroquímicos Básicos no Pólo Petroquímico de Triunfo (RS).

BM&FBOVESPA
R$ 41 - 
Foi o valor oferecido pela Bolsa por cada ação da Cetip, que inclui pagamento em dinheiro e em papéis. No fim do ano passado, a BM&FBovespa já havia feito uma oferta de R$ 39 por ação, avaliando a concorrente em R$ 10 bilhões.

CSN
Menos de US$ 1 –
 Foi o valor dos recibos de ações (ADRs, na sigla em inglês) da siderúrgica durante 30 pregões consecutivos na bolsa de Nova York.

TECTOY
Menos de R$ 1 –
 Foi o valor das ações da companhia durante 30 pregões consecutivos, o que pode levar à suspensão da negociação dos papéis na Bovespa.

BB SEGURIDADE
12% –
 É o teto da projeção de crescimento do lucro líquido ajustado da companhia para 2016.