14/03/2014 - 21:00
Quando o tricampeão da Fórmula 1 Nelson Piquet terminou as suas voltas no Autódromo Velo Città, em Mogi-Guaçu, a 180 quilômetros de São Paulo, ele se voltou ao amigo e responsável pela criação da pista, o empresário Eduardo Souza Ramos, e, de brincadeira, agradeceu de joelhos. Piquet afirmou que era o segundo circuito mais técnico em que já havia dirigido. Ficava só atrás do histórico traçado do alemão Nürburgring, utilizado na Fórmula 1 desde 1951. O aval de um mestre da velocidade à pista inaugurada em 2012 é motivo de orgulho para a Mitsubishi Motors, a montadora japonesa representada no Brasil desde 1990 pela empresa MMC Automotores, de Souza Ramos.
Em busca do traçado perfeito: os mais experientes alunos do Mitsubishi Drive Club podem
correr a Lancer Cup, no autódromo de Mogi-Guaçu (SP)
“É um autódromo bonito, que nos permite fazer atividades com os clientes e mostrar o lado aventureiro da marca”, diz Corinna Souza Ramos, diretora de projetos especiais da Mitsubishi. O reconhecimento também veio da Federação Internacional de Automobilismo, que homologou internacionalmente o Velo Città. No Brasil, apenas os circuitos de Interlagos, em São Paulo, e o de Curitiba têm essa certificação. Além de Piquet, já andaram pela pista da Mitsubishi outros ases da velocidade, como Felipe Massa, o supervencedor da motovelocidade Valentino Rossi e Ingo Hoffmann, 12 vezes campeão brasileiro de Stock Car e coordenador do Mitsubishi Drive Club.
Zanella, do Itaú BBA: “O costume de ser sempre competitivo acaba
ajudando no trabalho no mercado financeiro”
Sob a responsabilidade de Hoffmann estão todas as atividades realizadas no Velo Città, entre elas as provas da Lancer Cup (corrida do modelo Lancer da montadora japonesa) e a escola de pilotagem. Ao utilizar a sua pista como uma ferramenta de marketing, a Mitsubishi permite a empresários e executivos sentirem um pouco da sensação pela qual passou Piquet. E, ao mesmo tempo, desenvolver atributos que podem servir no mundo corporativo. Afinal, pilotar em alta velocidade e cuidar dos negócios pode ser mais parecido do que parece. É o que diz Mauricio Zanella, diretor da área de tesouraria do Itaú BBA, que já foi piloto de acrobacias aéreas, correu de moto e agora corre na Lancer Cup.
“Estou há 23 anos no mercado financeiro, que é conhecido pela tensão”, diz Zanella. “Na pista, é parecido. Você permanece sempre concentrado e com vontade de fazer um tempo melhor. O costume de ser sempre competitivo acaba ajudando no trabalho.” De fato, atrás da direção, é necessário ter concentração, disciplina, organização, capacidade de tomar decisões e, acima de tudo, vontade de vencer. São atributos que também podem descrever uma receita de sucesso no mundo corporativo. Mesmo para quem não compete regularmente e atua num setor que, a princípio, pouco tem a ver com velocidade, as relações entre direção e vida empresarial parecem claras.
Vartanian, empresário: ”Dirigir num autódromo é muito parecido
com o que sinto quando vou fazer o desenho de uma joia”
É o exemplo de Ara Vartanian, dono da rede de joalherias com o seu nome e que até hoje desenha as delicadas peças de suas coleções, usadas por estrelas como Naomi Campbell, Susan Sarandon e Gisele Bündchen. “Dirigir num autódromo é muito parecido com o que sinto quando vou fazer o desenho de uma joia”, diz Vartanian, dono de três lojas na capital paulista e no Rio de Janeiro. “Existe toda a organização de antes da corrida e a preparação para cumprir bem o começo, o meio e o fim da prova.” Vartanian participou da Premium Racing School, um dos cursos oferecidos pela Mitsubishi. “Em dois dias, formamos pilotos, que já saem com a carteira de habilitação para competir”, diz Ingo Hoffmann.
Uma característica dos programas da Mitsubishi é o conceito de “gentleman drive”. Ele consiste em deixar todos os automóveis prontos e regulados para o piloto apenas sentar e dirigir. “O nosso foco são as pessoas que amam a velocidade, mas não têm tempo ou vontade de montar uma equipe própria”, diz Guilherme Spinelli, o Guiga, quatro vezes campeão do Rally dos Sertões e diretor de competições da Mitsubishi. Ao praticarem essa paixão nas pistas, sem precisar comprometer o tempo de trabalho, empresários e executivos podem treinar, ao mesmo tempo, algumas habilidades que podem fazer a diferença para vencer também na vida profissional. Além de se divertirem, é claro.
