20/06/2012 - 21:00
Uma grande expectativa cercou o anúncio do plano de investimentos da Petrobras de 2012 a 2016, o primeiro da gestão da presidente Graça Foster. Um aumento na previsão, em relação ao plano anterior, seria um sinal de confiança da maior empresa brasileira do País no discurso otimista sobre a economia do seu principal acionista: o governo federal. Mas o mercado dava como certo que a redução seria inevitável diante de alguns percalços enfrentados pela estatal, como a dificuldade em reajustar preços. Ao fim e ao cabo, prevaleceu um anúncio que espelhou um pouco da personalidade da nova comandante da Petrobras: sóbrio e realista. Até 2016, a empresa investirá US$ 236,5 bilhões, 5,25% a mais do que o que havia sido projetado pelo ex-presidente José Sergio Gabrielli para o quinquênio 2011-2015, segundo comunicado feito na quinta-feira 14 à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Graça Foster, a realista: previsão de produção diária em 2015
caiu de 3,99 milhões para 3,3 milhões de barris.
As metas de produção da mineira Graça, no entanto, foram mais conservadoras que as de seu antecessor baiano: a previsão de 3,99 milhões de barris de óleo equivalente por dia para 2015 foi revista para 3,3 milhões. O mercado reagiu rapidamente e derrubou em quase 4% o preço das ações da Petrobras ao final da quinta-feira. “O ajuste demonstra que o potencial de extração estava superestimado e agora a empresa faz uma espécie de mea-culpa”, diz Ricardo Torres, professor de economia internacional da BBS Business School, de São Paulo. Ao admitir que produzirá menos, porém, a Petrobras só tem a ganhar, avalia o especialista em petróleo Jean Paul Prates. “No médio prazo, o conservadorismo é positivo, pois se mostra realista”, afirma Prates. “É mais solidez para chegar lá.”