02/08/2013 - 21:00
Dois fenômenos têm marcado a ação da subsidiária brasileira da General Motors nos últimos anos. Um deles é a renovação dos modelos da marca. Em 20 meses, a montadora lançou dez novos carros no mercado local, na maior ofensiva comercial em quase 90 anos de Brasil. O outro é a troca de presidentes. Desde 2004, foram seis CEOs: em ordem cronológica, o argentino Walter Wieland, o canadense Ray Young, as americanas Denise Johnson e Grace Lieblein, além do colombiano Jaime Ardila, que acumulava o cargo de presidente para a América do Sul havia dois anos e nomeou, na quinta-feira 1º, o compatriota Santiago Chamorro, 43 anos, para o comando da operação brasileira.
“Ele é a pessoa certa para que a GM continue fabricando e vendendo veículos de classe mundial”, disse Ardila. O novo presidente da GM, economista de formação e executivo de vendas e marketing da empresa na Colômbia desde 1993, terá o desafio de manter a marca entre as três maiores do País, nos próximos anos. Em 2012, a GM comercializou cerca de 650 mil veículos no Brasil, o equivalente a 15% das vendas da marca no mundo. “O executivo deverá ser muito pressionado pela matriz, em Detroit, a transformar em aumento de vendas o alto investimento feito no País”, diz o consultor José Carlos Novis, da Autodeal.
O recente ciclo de investimentos é, indiscutivelmente, o maior já anunciado pela GM desde a construção de sua primeira fábrica no País, em São Caetano do Sul, em 1930. Entre 2007 e 2012, a montadora injetou mais de US$ 5 bilhões na modernização de suas unidades e na ampliação da capacidade produtiva. Para os próximos cinco anos, os investimentos podem superar US$ 7 bilhões, incluindo a construção de uma fábrica de motores na cidade catarinense de Joinville, inaugurada em fevereiro. “Santiago chega em momento muito importante para a GM do Brasil, em que estamos transformando nosso modelo de negócios e apresentando ao mercado uma nova Chevrolet”, afirmou Ardila. A constante troca de comando da GM do Brasil não significa que o cargo seja cercado de problemas.
Ao contrário. Dirigir a subsidiária brasileira, a terceira mais importante da companhia, depois dos EUA e da China, tem se tornado uma espécie de certificado de competência e passaporte para a ascensão na carreira na montadora. A engenheira Grace Lieblein, que comandou a GM do Brasil por apenas um ano, entre 2011 e 2012, foi promovida a vice-presidente global, em Detroit, no fim do ano passado. O canadense Ray Young, que deixou o Brasil em 2009 por questões familiares, é o atual vice-presidente de operações internacionais do Grupo General Motors, um dos mais altos cargos da montadora no mundo. Os ex-presidentes mundiais Rick Wagoner e Fritz Henderson também já comandaram os negócios no País.