Pense em uma empresa com três sócios. Essa é a República brasileira. Os sócios, nesse caso, são os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. E o bom do número ímpar é que o resultado nunca é um empate. Ao longo da gestão de Bolsonaro (Executivo) a tensão com Alexandre de Morais (Judiciário) colocava Arthur Lira e Rodrigo Pacheco (Legislativo) como voto de minerva, ora apoiando um, ora apoiando outro, conforme corria a maré. Sentindo esse movimento, o Supremo Tribunal Federal segurava as pautas que podiam afetar os parlamentares porque a Corte não suportaria brigar com dois sócios de uma vez. E assim foi feito até dia 30 de outubro, quando Lula venceu a eleição e a estrutura do poder societário da República mudou. O entendimento passou a ser de maior harmonia entre Judiciário e Executivo, sobrando para o Legislativo acertar as contas do governo anterior. E a carreta já começou a passar há algum tempo. Pouco depois da eleição o ministro do STF Gilmar Mendes havia sinalizado a possibilidade de uma saída jurídica para pagar os R$ 600 do Bolsa Família sem ferir o teto de gastos e sem deixar Lula nas mãos do Congresso. No domingo (18) ele canetou a ordem que trata programas sociais como dever constitucional, ao lado de educação e saúde, e retirou os recursos da régua fiscal. Nos dois dias seguintes, a inconstitucionalidade do Orçamento Secreto (a.k.a. emendas de relator, a.k.a. RP9) deu em Lira e Pacheco uma rasteira que tira boa parte da capacidade deles de barganha. Com a decisão, o STF trancou o armário do parlamentarismo que tentava vir à luz. Trocando em miúdos, os parlamentares tinham o controle do dinheiro para dominar seus pares do Legislativo e uma gaveta para controlar os caminhos do Executivo. Foi assim que eles tomaram de assalto o Orçamento e o andamento do governo Bolsonaro. Mas agora as coisas mudaram. Com a eleição para os comandos da Câmara e do Senado marcada para a última semana de fevereiro o PP e o DEM vão precisar correr (ou se unir) para continuar no poder. E ainda que eles não continuem, vale manter em perspectiva que há alguns anos a gente achava que não tinha como alguém ser pior que o Cunha.

R$ 4,15 bilhões foi o valor pago pelo Consórcio Aegea, que arrematou a companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) na terça-feira (20). O Valor dado ofereceu ágio mínimo de 1,15%, já que a proposta incial era R$ 4,1 bilhões.

COMPLIANCE
Paz selada (por enquanto)

PHIL NIJHUIS / ANP MAG / ANP via AFP

Depois de uma disputa que durou mais dois anos a gigante do comércio eletrônico Amazon firmou um acordo com a União Europeia e se comprometeu a melhorar suas práticas de transparência até julho de 2023. A pendência se deu por acusações de varejistas independentes e de menor porte da região que acusavam a gigante de práticas anticoncorrência, o que é proibido pelas lei da UE. Além de uma decisão importante a medida pode abrir precedente para outros países, como o Brasil, questionarem algumas das práticas da gigante americana.

FUTURO SOMBRIO
Inflação segue alta em 2023 (e não é no Brasil)

Godong

O cenário de inflação deverá seguir constante na Europa até 2024, em especial na Alemanha, afirmou o presidente do Bundesbank (o Banco Central alemão), Joachim Nagel na terça-feira (20). Segundo ele, a desaceleração será lenta e levará mais de um ano para chegar a níveis “aceitáveis”. Ele afirmou que a inflação anual em 2023 ainda estará na casa de 7,2% e a de 2024 em 4,1%, com o efeito de taxas de juros demorando mais para ter o impacto desejado.

Nova boiada
Eba, mais um aumento!

O brasileiro mal conseguiu comemorar o aumento de R$ 18 no salário mínimo de 2023 (de R$ 1.302 para R$ 1.320) que o topo da pirâmide logo veio ensinar como é que se faz. A Câmara dos Deputados, no apagar das luzes do recesso, aprovou o projeto que reajusta de 37% a 50% os salários da cúpula do Executivo e do Congresso —presidente da República, ministros de Estado, deputados e senadores. Pelo texto do decreto legislativo, que teve a oposição apenas do PSOL, do Novo e de parlamentares isolados de alguns partidos, os salários vão se equiparar ao de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que devem ser elevados também — por meio de outro Projeto de Lei — a R$ 46,3 mil.

Divulgação

“Reverter a situação climática será o passo mais difícil que os humanos já fizeram, e temos que fazer, ou nossos netos nascerão em um mundo drasticamente pior que o atual” Bill Gates Cofundador da Microsoft e que descobriu (perto do Natal) que seria vovô.

PESQUISA
Home office valorizado

Depois de se popularizar na pandemia o home office tem ganhado, além de adeptos após o isolamento social, mais remuneração e condições de trabalho. É o que aponta um estudo da LCA Consultores. Segundo o levantamento, o rendimento médio desses trabalhadores ficou em R$ 3.009,88. Para obter o número, a consultoria usou a base de dados do PNAD (IBGE) do terceiro trimestre de 2022. O resultado superou o salário médio de trabalhadores presenciais (R$ 2.744). A curva se
inverteu a partir de março de 2021