A palavra conclave, que designa o sistema de escolha dos papas, significa “fechado à chave”, em latim. Não se trata de mera retórica. A eleição do líder da Igreja é envolta em mistério. Foi por isso que os 115 cardeais que elegeram o novo sumo pontífice foram submetidos a uma varredura, de modo a impedir que portassem aparelhos eletrônicos no período de clausura. Se de um lado o Vaticano se protege contra a tecnologia, de outro se mostra atento às transformações. Um exemplo disso se deu durante o anúncio da escolha de Francisco. 

 

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Nas telas: imagens do público à espera do conclave de 2005 (à esq.) e as de 2013 mostram como a tecnologia ganhou relevância entre os fiéis

 

Instantes depois de Jorge Mario Bergoglio aparecer para os fiéis na Praça São Pedro, com a fumaça branca subindo pela chaminé da Capela Sistina, a conta oficial do papa no Twitter (@pontifex) postou a mensagem: “HABEMUS PAPAM FRANCISCUM”. A divulgação da notícia de um novo papa por meio de redes sociais mostra o novo ambiente com o qual a Igreja tem de lidar para se manter relevante. A revolução digital já estava em curso durante o conclave que elegeu o papa Bento XVI, em 2005. Desde então, a comunicação mudou com o advento das redes sociais. 

 

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Habemus Twitter: a conta oficial do Vaticano anunciou

o novo papa com símbolos que remetem a pessoas

com os braços levantados

 

Quando Joseph Ratzinger foi escolhido, os sites do gênero não tinham tanta importância ou nem existiam – o Twitter foi fundado em 2006, por exemplo. Lentamente, a Igreja se aproxima da tecnologia. Bento XVI abriu a conta @pontifex, no fim de 2012. Resta saber como será a presença digital de seu substituto. Em todo caso, o Vaticano leva jeito com a linguagem das redes sociais. Em seu perfil oficial de comunicação, o @PCCS_VA postou o “Habemus Papam”, seguido de símbolos “o/”. Na internet, isso significa uma pessoa com os braços levantados, em sinal de comemoração.