Os últimos meses não foram fáceis para a Research in Motion (RIM), empresa canadense que fabrica o aparelho celular BlackBerry, pioneiro entre os smartphones. No primeiro trimestre deste ano, a companhia amargou um prejuízo de US$ 125 milhões. Foi a primeira perda trimestral registrada em mais de sete anos. As vendas de celulares caíram 21% e o crescimento da base de usuários dos serviços de e-mail, seu grande diferencial de mercado, atingiu o nível mais baixo da história. Diante de um cenário tão preocupante, os canadenses decidiram mudar o foco da companhia. Na verdade, a ideia é dirigir os esforços para o setor corporativo, que sempre foi o grande filão do BlackBerry. 

118.jpg

Pediu para sair: maus resultados levaram o cofundador da RIM, Jim Balsillie,

a renunciar ao seu posto no conselho.

 

“Não teremos sucesso se tentarmos ser desejados por todos”, afirmou o CEO da  RIM, Thorstein Heins. “Vamos nos concentrar no mercado empresarial.” É verdade que, dias depois do anúncio feito por Heins, a empresa informou que não pretende deixar de vez o mercado de consumo pessoal. Mas as palavras do CEO deixam claro que a BlackBerry admite estar perdendo o jogo para o cultuado iPhone, da Apple, e para os diversificados celulares com sistema Android, do Google. Juntos, esses dois concorrentes possuem mais de 60% do  mercado. Quem também decidiu abandonar o jogo é Jim Balsillie, cofundador e ex-presidente da RIM, que renunciou ao seu posto no conselho da companhia. 

 

Na sexta-feira 30, as ações da RIM registraram uma ligeira alta. Mas, na semana passada, caíram quase 13%. Todas essas mudanças serviram para ressuscitar rumores de uma possível venda da empresa. Em dezembro, o Wall Street Journal afirmou que a Microsoft e a Nokia estariam interessadas em adquiri-la. Com ou sem mudança de controle, as projeções para a RIM não são boas. Segundo um relatório do Citigroup, não há uma solução para os problemas da companhia no curto prazo. Analistas internacionais avaliam que a força do BlackBerry está no serviço de e-mail, o que pode ser considerado um ativo valorizado no caso de uma aquisição.

 

119.jpg