O avanço dos preços dos imóveis chegou ao mercado financeiro, mais especificamente aos fundos imobiliários. Uma pesquisa obtida com exclusividade por DINHEIRO realizada pela empresa carioca Uqbar, especializada em finanças estruturadas, mostra que a rentabilidade desses produtos, no primeiro semestre de 2011, foi, em média, de 7,5%. Na ponta do lápis, esses fundos renderam mais de 120% dos juros de mercado, medidos pelos Certificados de Depósito Interfinanceiro. Com uma vantagem adicional para o investidor: como toda aplicação desse tipo, os fundos são isentos de Imposto de Renda. “Foram eles que melhor refletiram o bom momento do mercado”, diz Pedro Junqueira, sócio da Uqbar.

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Segundo ele, as ações das construtoras não apresentaram um desempenho tão bom devido às incertezas da bolsa. Já os fundos, que dependem da renda crescente de imóveis cada vez mais caros, brilharam no cenário. Os fundos mais rentáveis foram o Hotel Maxinvest e o Excellence, geridos pela empresa paulista Brazilian Mortgage. “As estratégias dos fundos são muito diferentes, mas ambas provaram ser rentáveis”, diz Rodrigo Machado, diretor da Brazilian Mortgage. 

 

Segundo ele, o Hotel Maxinvest aproveitou-se de uma distorção do mercado de flats na cidade de São Paulo. Os preços estavam muito deprimidos em 2007. “Era possível comprar um flat por 50% do custo de construção de uma unidade nova”, diz. O fundo captou recursos e adquiriu cerca de 600 unidades, recebendo as receitas de aluguel. A outra carteira, a Excellence, adquire apenas títulos, sem comprar imóveis diretamente. “Quase tudo vai para títulos de construtoras lastreados por edifícios residenciais”, diz ele.

 

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“Ganhamos investindo em flats e em títulos de construtoras”

Rodrigo Machado, diretor da Brazilian Mortgage

 

Como investir? Todos os fundos avaliados pela Uqbar são negociados em bolsa. “Basta cadastrar-se em uma corretora e comprar uma ou mais cotas dos fundos, como se fossem ações”, diz Junqueira. Ele adverte, porém, que a partir de junho o mercado começou a se estabilizar e é pouco provável que a rentabilidade continue tão acima dos juros de mercado no longo prazo.